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Análise: Avante observa “mandato tampão” e Adriano Galdino na presidência

“Para quê preocuparmo-nos com a morte? A vida tem tantos problemas que temos de resolver primeiro”. O pensamento vem de Confúcio, o primeiro grande filósofo chinês e hoje um dos mais reverenciados no Ocidente. Pois bem, as palavras desse sábio podem ser aplicadas perfeitamente nos próximos passos do Avante, hoje a segunda ou terceira maior força política da Paraíba.

Para exemplificar o poder do partido em dias atuais, a agremiação política tem quatro deputados estaduais e seis vereadores na Câmera Municipal de João Pessoa. E buscando o respeito devido, mas sendo objetiva, a coluna lembra que o partido recebeu um duro golpe com o falecimento precoce do então presidente da sigla, Genival Matias, fato ocorrido no último domingo (19).

Estrategista, parlamentar habilidoso para formular alianças entre partidos, buscando, sempre, uma unidade para contemplar, de forma plena, a Paraíba, como disse em coluna anterior, deixou ele escola. E nessa linha fui buscar informações sobre o destino do Avante. Já havia escutado as ponderações de vários colegas, dentre eles Fernando Braz e Luis Torres.

Eles e outros apontaram para o caminho a ser tomado pelo Avante. O presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, deputado estadual Adriano Galdino (PSB), para ocupar o lugar de Matias. Nada mais justo, afinal, tem o ainda filiado à legenda socialista experiência e capilaridade política, além de uma soma eleitoral considerável para dirigir o Avante em terras paraibanas. Ainda goza da simpatia da cúpula do partido, seja a estadual e nacional.

A coluna ouviu na tarde desta sexta-feira (24) o vice-presidente do Avante, Tião Gomes, político decano e experiente na sua oitava legislatura. Ainda sentido com a morte de Matias, ele foi direto ao informar que Adriano Galdino sempre foi cortejado para se filiar ao Avante.

Mas há óbices jurídicos e eleitorais: filiado ao PSB, Galdino só pode deixar a legenda socialista quando a janela partidária referente a 2021 abrir. O problema é que as eleições municipais deste ano modificaram o calendário eleitoral em decorrência da pandemia do novo coronavírus.

E o que era para acontecer (falo da janela partidária) em abril do próximo ano, pode ser adiado. Ou seja: Galdino e Edmilson Soares (Podemos) que também está na “agulha” do Avante, só podem migrar de sigla após as determinações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Pragmático, Tião Gomes falou que os quatro deputados da legenda na ALPB, ele, Felipe Leitão (líder do G11), Tarciano Diniz e Júnior Araújo, licenciado e que hoje ocupa o cargo de secretário-chefe de Governo conversaram e observaram que não há divergência no partido.

Não havendo a possibilidade de Adriano Galdino assumir a presidência do partido em 2020, a sigla manterá tudo que foi construído por Genival Matias. Postulação a prefeito em mais de 160 municípios paraibanos, o mesmo quantitativo para vereadores.

Tião Gomes, sempre disposto ao diálogo, informou à coluna que não há disputa interna no Avante. O desejo dos integrantes da sigla é a vinda de Galdino para comandar a legenda de forma estadual e Edmilson Soares como grande reforço político para a legenda.

Tião Gomes afirmou que esse era o grande interesse não só de Genival Matias, mas de todo grupo político que está na órbita do Avante. Em declaração exclusiva para a coluna, Gomes foi enfático: “ Sabemos que temos toda essa problemática eleitoral. Não importa. Elegemos um mandato tampão até Galdino assumir. Pode ser eu ou outro. Não importa. Importante é o crescimento do partido para ajudar a Paraíba”, sentenciou.

Então, leitores, agora é aguardar os seguimentos das manobras políticas relativas ao Avante, observando que esse folhetim tem tudo para ter um final desejável para os que compõem a sigla partidária. Galdino na presidência, observando o Senado em 2022. O que daria, e dá robustez a qualquer partido ter um senador da República.

 

Eliabe Castor
PB Agora

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