Categorias: Política

Análise: a desistência de Pablo da disputa pela PMJP e o reflexo da ‘indiferença’ revestida de indignação

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A carta de desistência do advogado Pablo Honorato (PSOL) da disputa pela prefeitura de João Pessoa nas eleições desse ano, faltando pouco menos de 40 dias para a realização do pleito, traz à tona o debate sobre a indiferença de boa parcela da juventude não apenas com a política, mas, sobretudo, com àqueles que a representam.

Mas espere! Tal indiferença não significa não se importar. Está longe disso.

Muitos até se importam, reagem, mas não encontram bons resultados. Não sabem mais o que fazer para mudar, para contribuir, ou para fazer a diferença. É um constante enxugar de gelo eleição após eleição. O sistema, como diz o deputado estadual Wallber Virgolino, é bruto. E eu repito, realmente o é.

Grupos se unem para manter o poder e, na maioria das vezes, beneficiar os seus com bons cargos, bons salários, bons convites, bons espaços, enfim, status. No frigir dos ovos a maioria quer apenas ter o poder nas mãos para ostentar o cargo, a alta patente, e os benefícios que neles contêm.

Entre uma eleição e outra a maior preocupação da maioria dos mandatários é se reeleger para se manter como autoridade e não para ajudar a vida em sociedade. Falo a maioria, porque existe uma parcela, uma minoria, que se importa e segue na luta, mesmo sofrendo as pancadas.

Nesse ínterim, o assistencialismo vira moeda de troca. Na inocência de muitos, quem está precisando se sente grato e, se for honesto, toma para si uma dívida de gratidão que deve ser paga na urna para retribuir o gesto assistencial. Quem não está precisando, mas é contemplado, se vê considerado, e toma para si uma dívida de consideração.

Mas a obrigação do gestor, do inquilino do poder, não é adotar o assistencialismo como regra, mas sim com exceção e criar meios para que a sociedade caminhe com as próprias pernas, sem predileções, oferecendo oportunidade a todos, sem distinção de raça, idade, sexo, cor ou origem.

Não condeno aqui a política. Ela é feita pela sociedade. Uma só muda quando a outra muda. Não adianta transferir responsabilidades. No fim das contas, o jeitinho brasileiro, muitas vezes desonesto, é que foi relativizado. Para muitos, certos delitos sequer deveriam ser qualificados de delitos. Chamam a isso de esperteza.

Assim como para Pablo, é difícil para uma boa parcela da juventude falar em esperança quando essa não consegue se fazer mais presente em nenhum cenário. Dentro desse sistema apodrecido, falta a maioria maleabilidade necessária pra construir consensos, porque sobra repulsa.

Os profanos não conhecem como funciona uma irmandade.

 

Márcia Dias

PB Agora

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