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Aliados de Bolsonaro apostam nas redes para aprovar reforma da Previdência

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Os movimentos populares e as redes sociais terão um papel importante para a aprovação de reformas. Protagonistas das manifestações de rua no processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, os deputados eleitos Kim Kataguiri (DEM-SP), cofundador do Movimento Brasil Livre (MBL), e Carla Zambelli (PSL-SP), fundadora do Movimento nas Ruas, estão alinhando apoio à agenda econômica do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). A ideia é utilizar a estrutura física e digital desses grupos para mobilizar a sociedade. Quem também se prontifica a adotar ação semelhante é a bancada do Novo na Câmara.

 

A costura vem sendo feita aos poucos. Na terça-feira, Kataguiri e Zambelli se encontraram com o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, para debater a reforma. Ontem, ambos se reuniram com Bolsonaro em encontros com as bancadas do DEM e do PSL. O discurso está afinado e a ideia é que novos encontros com o coordenador econômico do governo eleito ocorram à medida que a equipe de transição avançar na construção da matéria. “Até porque, para apoiarmos, precisamos ter conhecimento do que será encaminhado”, alertou Kataguiri.

 

O futuro ministro se comprometeu a apresentar os futuros esboços a integrantes que vão compor a comissão especial da reforma, à bancada do próprio PSL e à futura Frente Parlamentar pelo Livre Mercado, que integra liberais do PSL, DEM, Novo, PP, PSDB e PSC, afirma Zambelli. A frente conta com 23 nomes até o momento. Contém integrantes ligados aos movimentos populares, como Kataguiri, e outros que construíram uma militância orgânica nas redes sociais. Ou seja, com a participação de voluntários para auxiliar o processo do “boca a boca”, a exemplo do sucesso do PSL e do Novo nas eleições.

 

A estrutura dos movimentos populares é expressiva. O Nas Ruas tem 782 mil seguidores no Facebook. O Vem pra Rua tem 2 milhões. Já o MBL conta com 3,2 milhões. Quando mobilizaram a população, conseguiram arrastar multidões. Em manifestações contra Dilma em 2016, as polícias militares em todos os estados e no Distrito Federal contabilizaram 3,6 milhões de pessoas.

 

Os movimentos serão utilizados como portais de comunicação com o público, dos mais aos menos elitizados. É uma estratégia que pode ser um trunfo para o governo eleito, avalia Zambelli. “Na minha opinião, um dos motivos do porquê (o presidente Michel) Temer não conseguiu aprovar foi a comunicação. A da reforma chegou atrasada em relação à contra-comunicação que a esquerda fez em oposição. Quem informa primeiro ganha narrativa”, ponderou.

 

O desafio, admite Zambelli, será alinhar o discurso entre os movimentos para criar uma unidade. Ela recorda que a primeira grande convergência foi no impeachment de Dilma. “Demoramos quatro anos para conseguir uma unidade. Não acho que será fácil, mas é possível. Há vários outros movimentos que precisarão ser chamados para conversar, principalmente os de Brasília, que levaram verdadeiramente as pessoas para as ruas, como o Rua Brasil”, explicou.

 

A meta é usar as redes sociais para fazer as divulgações. A convocação para apoiar e pressionar deputados contrários à reforma é outra possibilidade, afirma o empresário e porta-voz do Nas Ruas, Tomé Abduch. “Podemos fazer isso (levar as pessoas às ruas). Vamos apoiar o que for bom para o Brasil. É preciso olharmos para um novo horizonte”, sustentou.

 

Ações de rua podem, no entanto, não ocorrer, avalia Kataguiri. “É algo mais simbólico”, justificou. Mas a narrativa e o conteúdo da mensagem a ser apresentada está na ponta da língua. “Precisamos combater os privilégios e o Custo Brasil, que é insustentável”, destacou. A ideia é mostrar em vídeos e imagens de maneira didática como a aprovação da reforma da Previdência pode ser positiva à população, através de redução do deficit, e, consequentemente, da dívida pública, que possibilitaria ao governo investir e atrair investimentos para a geração de emprego e renda.

 

Governadores

A depender da matéria apresentada, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), estaria disposto a ajudar no processo com a mobilização da militância orgânica da legenda e dos deputados eleitos, como Tiago Mitraud (Novo-MG). “Esperamos por uma reforma ampla. Vamos ver o texto e a amplitude (da economia potencial). Não estando de acordo, vamos nos aproximar do ideal”, ressaltou. O diálogo com os governadores terá que ser muito bem alinhado para Bolsonaro não sofrer um revés no Congresso, adverte o governador eleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha. “O Executivo não aprova nenhuma pauta sem apoio dos governos regionais e das respectivas bancadas”, declarou.

 

Redação

 


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