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Alguém tem que ceder

    Diz o ditado que dois bicudos não se beijam. Bem, até dia desses os tucanos se entendiam razoavelmente bem. Agora a coisa degringolou com a resistência de Cícero Lucena de entregar a presidência do PSDB ao governador Cássio Cunha Lima.

    Há quem diga que Cícero está sendo intransigente. Será? Quem não seria nessa situação?

    Há quem diga que Cássio é que está sendo egoísta e impiedoso. Será mesmo?

    Ambos estão em atrito e alguém terá que ceder em algum ou alguns pontos. E ceder não significa necessariamente capitular. Cede-se de um lado, cede-se de outro, até encontrar a fórmula do equilíbrio. Do jeito como as coisas estão caminhando no PSDB, ninguém pode atirar pedras em Cícero por não querer largar o osso. É uma forma de auto-proteção. Igualmente ninguém pode atirar pedras em Cássio por achar que o fortalecimento do grupo passa por uma aliança com o candidato que mais tem potencial para derrubar o governador Maranhão, Ricardo Coutinho. Mas como se chegar a uma solução sem que alguém saia ferido de morte?

   Ora, alguém tem que ceder.

    A possibilidade uma eleição indireta tendo Cícero como principal candidato ao governo não fez o senador baixar a guarda. Ele deve acreditar ser esta uma possibilidade remota e que essa conversa seria só um “efeito chupeta”, para nenem parar de chorar. Não colou, portanto. E a dificuldade de um entendimento pode significar que vai voar pena de tucano pra tudo que é lado. Aliás, já está voando, com ameaças de alguns em deixar o partido, se isso não esbarrar na infidelidade partidária.

    Alguém vai ter que ceder em nome da unidade do partido. Não me parece sensato uma revolução interna no PSDB neste momento. A desestruturação do partido pode até servir para um propósito imediato de cada um dos grupos envolvidos na disputa pela presidência. Mas e depois?

    A equação pode não ser fácil, mas implodir o partido parece ser o caminho mais curto para a insensatez. A quem isso interessa?

    Por que não um entendimento que contemple a sobrevivência do grupo como um todo e que envolva, sim, um debate mais maduro sobre a possibilidade de apoio à candidatura de Ricardo Coutinho, numa fórmula em que o senador não saia como derrotado? Difícil? E quem disse que a busca pelo poder é fácil? Mas não dizem que política é a arte da conversa? E essa conversa não deveria ser ainda mais fácil quando envolve dois amigos?

   Ou já não são mais?


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