Após conseguir estender o mandato na presidência do PSDB por mais um ano, o senador Aécio Neves (MG) trabalha para emplacar aliados em postos estratégicos no Senado e na cúpula do governo federal. O paraibano Cássio Cunha Lima é lembrado para a vice-presidência do Senado por Aécio, mas desconversa.
Todos fazem parte do núcleo mais próximo do senador mineiro, que trabalha internamente para ser o nome escolhido da legenda para a próxima corrida pela presidência da República. Também estão no páreo o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ministro de Relações Exteriores, José Serra.
Nas discussões realizadas com o líder do PMDB do Senado, Eunício Oliveira (CE), em campanha à presidência da Casa, o PSDB informou que, com base no tamanho da bancada, pretende ficar com a primeira vice-presidência e com o comando da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). O colegiado é considerado como o segundo mais importante atrás da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que deverá ficar com um integrante da bancada do PMDB.
“O meu nome tem sido lembrado para a vice-presidência, mas vamos decidir isso de forma colegiada, no final deste mês”, afirmou à reportagem Cássio Cunha Lima, que voltou ao mandato no último dia 5 de janeiro, após um período de afastamento.
No lugar dele, na liderança, deve ser indicado o senador Paulo Bauer (SC), que assumiu interinamente o posto durante a ausência de Cunha Lima. “Em algumas conversas feitas isoladamente, eu fui consultado sobre a possibilidade de ser líder, mas sem que isso signifique uma candidatura ou um pleito. Se o meu nome tiver consenso e apoio do pessoal, não tenho nenhum problema em continuar cumprindo a missão”, ressaltou Bauer. Para o comando da CAE, que atualmente está nas do PT, o nome mais cotado tem sido de Tasso Jereissati.
Além dos três senadores, ligados a Aécio Neves, o grupo também conta a participação do atual líder do governo no Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP), que integrou a chapa presidencial do senador mineiro em 2014, como vice.
Fora do núcleo do Senado, Aécio Neves também tenta emplacar o deputado Antônio Imbassahy (BA) na Secretaria do Governo, pasta responsável pela articulação do Palácio do Planalto com o Congresso. O nome do deputado deve ser confirmado pelo presidente Michel Temer apenas após a eleição para a presidência da Câmara, prevista para o próximo dia 2 de fevereiro. Aécio e Temer se reúnem na tarde desta quarta-feira (11/1), no Palácio do Planalto. É a primeira conversa, realizada pessoalmente, neste ano.
Redação com Estadão