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A verdadeira história de Roberta Miranda

A cantora e compositora paraibana Roberta Miranda (na foto ao lado) vai conceder entrevista coletiva à imprensa nesta sexta-feira, a partir das 16h30. O local onde a artista vai receber os jornalistas será na sala de eventos do Ambassador Flat, no 5º andar.

O endereço do hotel é Avenida Cabo Branco, nº 1890, na praia do Cabo Branco, em João Pessoa (logo após a churrascaria Tererê). Ela fará show à noite, no palco armado no reformado Ponto de Cem Réis (antigo viaduto Damásio Franca), durante a abertura da parte profana da Festa das Neves.

O que ela não sabe é que um grupo de moradores da comunidade de Monsenhor Magno (ou Mussumagro, como é popularmente chamado o lugar) está se mobilizando para pedir – com direito a faixas e cartazes – durante este mesmo show, que ela finalmente se disponha a reconhecer a existência de alguns parentes que ainda não tiveram o prazer e a honra de falar com a artista pessoalmente.

Anos atrás, quando eu era repórter da revista “A Semana”, cujo diretor-presidente é o empresário Neno Rabello, cheguei a fazer um amplo trabalho de jornalismo investigativo a fim de descobrir os laços familiares dela, cujos elos foram perdidos no passado, desde seu nascimento, na Maternidade Cândida Vargas, em João Pessoa.

Depois disso, Roberta foi adotada por uma família rica residente em São Paulo, que a criou como se fosse verdadeira filha do casal e nunca mais teve contato com seus parentes mais próximos como irmãos e sobrinhos, que permaneceram pobres e morando em casebres, aqui na Paraíba.

A cantora e compositora fez fama nacional e internacional, mas sempre mantendo distância desses parentes consangüíneos. Eu os descobri e contei a saga de todos, nas páginas de “A Semana”, mas fui imediatamente bombardeado com ameaças de processos judiciais, por calúnia, injúria e difamação, vindas da própria assessoria de Roberta.

Ela mesma – que estava em tournée pela Europa – fez questão de ligar pessoalmente para o então prefeito de João Pessoa e hoje senador Cícero Lucena (presidente do diretório estadual do PSDB) pedindo a intervenção dele, no sentido de abafar o caso em evidência nas páginas da revista.

O esforço transoceânico funcionou, através das ligações celulares, tanto, que a segunda parte da reportagem nem chegou sequer a ser publicada, diante de tamanha pressão por parte de gravadora, produtores, assessores, empresários, etc. Menos mal, porque eu também não sofri nenhum tipo de interpelação judicial.

Mas, hoje, um sobrinho dela, de nome Getúlio (que trabalha como frentista num posto de gasolina localizado no conjunto José Américo), vai tentar novamente ser recebido por Roberta Miranda, no hotel onde ela está hospedada ou nos camarins do espetáculo aberto ao público, nos bastidores do palco armado no Ponto de Cem Réis.

Eles não querem cobrar dinheiro, reparação por danos morais ou até mesmo algum tipo de indenização por abandono de familiares, como prevê o Código Penal Brasileiro, mas apenas serem reconhecidos como parentes da artista famosa.

Eu conheço toda a trajetória desse pessoal, pois tenho guardadas em meus alfarrábios as fotografias e documentos da época, junto com os testemunhos das enfermeiras que presenciaram o parto da recém-nascida Roberta e o destino de todos aqueles que se dizem irmãos e irmãs dela, uns morando aqui em João Pessoa mesmo e outros em pequenas cidades do interior do Estado, como na zona rural do município de Mulungu (próximo à Guarabira), por exemplo.

A história toda – é claro que – não dá para ser contada aqui, mas basta revirar os arquivos de “A Semana”, editada pelo jornalista Jorge Rezende nos idos de 2001, quando Roberta esteve pela última vez aqui no Estado, fazendo shows, que o leitor-internauta encontrará estampadas as curiosidades que eu descobri, com meu faro de cão-perdigueiro voltado para a prática do bom jornalismo-investigativo.

Tenho um palpite, muito particular: acho que os supostos parentes da cantora não conseguirão falar com ela, mas que vão tentar a todo custo promover este encontro tão adiado, por vários motivos, podem ter certeza que sim. Se um dos dois lados não entender bem esta mensagem de reencontro familiar, podem ficar certos que talvez pinte um grande barraco, em público, constrangendo a todos.

Eu torço – sinceramente – para que tudo acabe bem, para felicidade geral dela e de seus até agora rejeitados sobrinhos e irmãos… Os fãs de “Tambaú”, “A Majestade, O Sabiá” e “Vá Com Deus” penhoradamente agradecem a compreensão, de ambas as partes envolvidas nessa delicada questão familiar há tanto tempo mal resolvida.

Para quem quiser desopilar um pouco, abstraindo-se dessa triste – porém verdadeira – história de amor não correspondido, basta clicar no link abaixo e ouvir uma bela canção de Roberta Miranda:

http://www.youtube.com/v/4UWBkWm7hvo&hl=pt_BR&fs=1

“Tambaú” (Composição de Roberta Miranda, gravada em 1992)

Me embala na rede,

Ah essa areia, vou deitar,

Sabiá cantando, sapoti maduro

Hum, saborear.

Jambo maravilha,

Pedra sabão, vou deslizar

Vou correr nos campos livres

Onde as flores cobrem o pomar

Tambaú,

Tambaú,

Chora saudade

Chora viola, ai! Céu azul

Quem nunca viu

Fica a imaginar

Mas quem partiu para bem longe, quer voltar

Lá tem pra todos uma ciranda

Pra se brincar

Tem gente nossa, simples da roça

Pra nos contar

Que Tambaú é paraíso, sempre será

Tem a beleza da natureza pra desfrutar

Tambaú,

Meu Tambaú,

Chora saudade, chora viola

Aiiii… Céu azul.

Lá tem gaivotas, sobrevoando o mar azul

Tem mil estrelas iluminando teu corpo nú

Tem os poetas, portas abertas a esperar

Que os seresteiros e os violeiros cantem ao luar

Tambaú,

Ai Tambaú,

Chora saudade,

Chora viola, ai céu azul…


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