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A vaia dos campinenses

    As coisas não estão muito boas pra José Maranhão em Campina Grande. É melhor o PMDB ir pensando num plano B – Veneziano para o governo do Estado em 2010 -, porque se depender dos votos dos campinenses, Maranhão não deverá voltar à cadeira de governador, ainda que coloque o cabeludo como seu vice numa última estratégia.

    Hoje o governador foi vaiado em Campina Grande. Tudo bem, vaia todo governante recebe. Até Lula também recebe, nem por isso a sua popularidade está em baixa – muito pelo contrário. Há sempre os insatisfeitos e não há como um governo agradar a todos ao mesmo tempo. Além do mais, a vaia também foi dirigida ao prefeito de Campina.

    O problema é que os campinenses parecem permanentemente insatisfeitos. No caso da vaia a Maranhão, há um elemento desconcertante: é antiga a rejeição do povo pelo peemedebista e – pior – não há sinais de que, por mais que se esforce, venha a conquistar a confiança da cidade.

    Os servidores municipais insatisfeitos com o prefeito vaiaram Veneziano, Maranhão e alguns pediram socorro a José Gomes Temporão, o ministro da Saúde que esteve hoje pela manhã por lá (no caso, os agentes de saúde). O ministro, bem ao estilo “não tenho nada a ver com isso”, devolveu a batata quente a Veneziano. “Isso é problema para a prefeitura resolver”.

    Pois é: um problema para o prefeito, que apóia um governador pouco admirado no município e menos ainda pelo funcionalismo público, de maneira geral. O que fazer?

    Veneziano poderia descolar um pouco sua imagem da de Maranhão. Ele tem brilho próprio, reelegeu-se prefeito quando todo um exército cassista partiu pra cima dele. Há quem aposte que ele já estaria executando matreiramente um plano para que a pecha de “maranhista” não seja tatuada em sua pele. Estaria pavimentando pacientemente um caminho que poderá levá-lo a ser o candidato do partido a governador.

    Não precisa, para isso, rachar com o “inquilino” da Redenção, porque ele tem juízo. Basta seguir estilo avesso. Por exemplo, evitar o nepotismo e as nomeações “vendidas”; defender a UEPB com garra e entusiasmo genuíno, quando Maranhão simplesmente a ignora; seguir escola oposta à de Maranhão no que se refere ao trato com o funcionalismo. Enfim, fazer diferente.

    Maranhão não quer largar o osso, embora tenha dito que não tem idéia fixa na reeleição. Tem, sim. Dez anos governando a Paraíba ainda é pouco pra sua fome de poder (seria o Hugo Chavez da Paraíba?)

    Mas, se os campinenses quiserem, o candidato do PMDB pode ser Veneziano. O que está faltando para esse grito de independência?


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