Categorias: Política

A supermancha na Segurança Pública

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     Tenho uma mancha do lado esquerdo do rosto que poucos notam. Ela foi crescendo ao longo dos últimos meses (nesta quinta irei ao dermatologista) e, vaidosa como sou, lanço mão de vários truques de maquiagem para disfarçá-la. Até que consigo, mas se alguém for muito observador, verá que por trás da pele bem tratada há uma mancha.

     Há manchas ou feridas que não conseguimos esconder, por mais maquiagem que façamos ou por mais que usemos mil disfarces. A mancha insiste em ficar ali, na cara. E se não for feito um tratamento sério, ela crescerá mais e mais.

     A questão dos presídios paraibanos e da segurança pública é assim. Por mais que o secretário Roosevelt Vita reitere que não há graves problemas na administração penitenciária, o fato é que sempre em algum Governo Maranhão acontece uma tragédia de grandes proporções – lembrem-se da Chacina do Róger. Vita prefere maquiar a situação com frases do tipo “o sistema prisional do Estado é o quinto melhor do País” ou que “é superfalta de informação (do Ministérrio Público Federal, que encaminhou ao Departamento Penitenciário Nacional, órgão do Ministério da Justiça, recomendação no sentido de que sejam suspensos todos os repasses federais de recursos do Fundo Penitenciário Nacional, derivados de convênios celebrados com o Estado), pois em nosso Estado, no quesito de superlotação, a situação é muito cômoda em relação ao resto do Brasil”.

     Imagine se fosse uma das piores e mais incômodas, secretário! Ou essas tragédias não incomodam o governo?

     Então é “superfalta de informação” do MP? Isso não seria uma supertentativa de esconder o óbvio? Ou uma superfalta de argumentos diante de tragédias tão espetaculares? É superfeio – e soa como cinismo ou deboche – afirmar que estamos numa das “melhores situações” do país.

     Os governos Maranhão – não venham me dizer que é puro azar – repetem as tragédias, de formas diferentes. Não só na questão dos presídios, mas na segurança pública como um todo – policiais em greve, sequestros de gerentes de bancos, sociedade sem proteção. Os bancários, através do sindicato da categoria, estão exigindo um plano sério e objetivo para evitar os sequestros de colegas e reduzir a insegurança dentro e fora das agências, além de uma ação do Estado que revele um mínimo de preocupação com o gigantesco problema criado por mais um governo Maranhão.

     O descaso com o setor está tão sério que a crise será analisada durante audiências públicas que terão a participação a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados e a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República.
Mas, para o governo, está tudo superbem, é tudo superpolitização da oposição, superfofoca, superfactóide.

      Para nós, cidadãos, é um “super-tô-nem-aí” das autoridades para com o clima de insegurança de bancários, clientes e todo o povo; é tudo superdescaso, superpapo-furado dos secretários, uma supermancha tratada à base de supermaquiagem e pouco caso.

      Supercrise sem prazo pra acabar.

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