Ganharam a Paraíba os resultados da primeira pesquisa estadual sobre as eleições de 2010 publicada com exclusividade pelo PB Agora, fato que nos encheu de satisfação menos por vaidades profissionais e mais por consciência do dever cumprido.
Reafirma e, mesmo assim, surpreende a confirmação de quão veloz se apresenta hoje a Internet como ferramenta de divulgação jornalística. Colocada no ar, em poucas horas a pesquisa ganhou o Estado e foi parar lá em Brasília, onde tem muita gente de olho na Paraíba.
Para nós, além disso, fica a satisfação que esses primeiros números estejam sendo vistos como uma primeira bússola para quem mira as eleições de 2010 com desejos de ocupar cargos eletivos e fechar (?) com o paraibano o compromisso de bem servir ao Estado.
Os números do PB Agora, resultados de criterioso trabalho realizado pelo Instituto Opinião, mostraram a Paraíba como está o quadro eleitoral do Estado, facultando aos pretensos “combatentes” a oportunidade de mudar estratégias ou acentuar ações.
Porque é somente a partir de um quadro desenhado que se pode pensar em mudanças na pintura. E foi isso que o PB Agora fez: pintou, com as tintas da objetividade do eleitor, o primeiro quadro político-eleitoral da Paraíba para 2010.
Como cada grupo recebeu a pesquisa:
No PMDB
A cada número divulgado, uma análise. Para cada análise, um grupo político. E cada um deles, discreta ou publicamente, revelaram suas impressões a respeito da pesquisa do PB Agora sobre eleições 2010.
O grupo maranhista preferiu o silêncio. Soube-se até que houve incursões junto ao Correio da Paraíba para que o Sistema evitasse divulgação do material.
Isso aconteceu, aparentemente, porque o empate de Maranhão com Ricardo foi visto como derrota pelo PMDB. Especialmente, quando a simulação do confronto de ambos no segundo turno mostrou que o prefeito da Capital recolhe os votos dos indecisos e dos demais candidatos, à exceção dos votos de Veneziano, e Maranhão se mantém, praticamente, estagnado.
O grupo maranhista também saiu com a sensação de que um empate nessa altura do campeonato força a Maranhão, que mostrou que é forte em praticamente metade da Paraíba, a “conquistar novos votos”. E essa não uma tarefa fácil para quem traz uma imagem velha. Não falo de idade, falo de projeto.
Maranhão precisa conquistar novos votos com velhas teses. E isso é um fardo. Mas, claro, que pode ser corrigido com muito trabalho no governo, muito apoio político e muito marketing.
Mas nem tudo foi decepção no PMDB. Os irmãos Veneziano e Vital do Rego vibraram com os números. Saíram, para encurtar o papo, conscientes de que o PMDB não pode compor ou iniciar a discussão para uma composição de chapa sem levar em consideração a presença dos dois.
Para o Senado, os dois juntos, por exemplo, aparecem com 32%. Nada mal. E Veneziano, sem a presença de Maranhão na disputa, chega a abocanhar 20% dos votos. Para quem não é candidato é muito significativo.
Claro, como já disse em várias ocasiões, que desafio de Veneziano não é fácil. Na verdade, ele está numa sinuca de bico. Se o governo estiver muito bem avaliado, o candidato em 2010 será Maranhão. Se estiver muito ruim ao ponto de rifarem Maranhão o candidato poderá ser Vené, que será obrigado a carregar por toda a campanha o título de “candidato de um governo ruim”.
No grupo de Ricardo
No caso de Ricardo Coutinho, houve dois sentimentos. Os daqueles mais extremistas que acham, e o “achismo” é coisa perigosa, que o prefeito da Capital já superou Maranhão e está mais pontos à frente do governador. E os que, na verdade, comemoraram os números em razão de eles terem demonstrado que o eleitorado paraibano começa a transferir para Ricardo o que depositavam em Cássio em 2002 e em 2006.
É claro que Ricardo não pode descuidar nenhum momento. Primeiro porque ele ainda corre o risco de ver o ex-governador Cássio, com firmeza, pedindo votos de forma alucinada para o senador Cícero, o que, apesar de todas as dificuldades, não está descartado por completo.
Pelos números, percebe-se que isso não tiraria o prefeito da Capital da jogada. Apenas mexeria um pouco mais com o tabuleiro. Pelo sim, pelo não, Ricardo está muito longe de deitar na rede e descansar.
No PSDB
No ninho tucano, a pesquisa caiu como uma pedra no capô do carro, já que Cícero Lucena apareceu com 10% da intenção de votos. Mas isso não pode ser sinônimo de abandono já. Primeiro porque esses 10% são os votos de Cícero construídos ao longo de quase vinte anos de política. A partir daí, e a partir deles, é que o senador tucano deve formar sua plataforma de estratégia eleitoral.
Continuar se movimentando para que, no retorno de Cássio, perceber se ele vai dividir as rodovias estaduais com o ex-governador, ou vai ter que percorrer o Estado sozinho. A primeira opção, inclusive, poderia assegurar a Cícero uns pontinhos. Vale destacar que a pesquisa foi feita antes de Cícero botar a cara no mundo. Em que pese termos a noção de que não se muda voto do dia para noite, especialmente quando se está longe de uma eleição.
O difícil neste caso, claro, será convencer o povo de que Cássio está com Cícero. Coisa que Cássio, apenas falando, não conseguiu ainda.
No PT
E olha que estamos falando do PT, partido do presidente Lula, que tem 92% de aprovação do paraibano, conforme a própria pesquisa, e uma das cinco maiores legendas do estado em relação ao número de filiados.
Isso faz com que o Partido dos Trabalhadores só pense em compor a chapa majoritária, seja com Maranhão ou Ricardo, por causa da força do governo Lula e tempo de televisão. Por causa de voto, não.
Soltas no ar
Na mira – O deputado Márcio Roberto (PMDB) tem sofrido ameaças de morte por anônimos. Tudo fruto de denúncias que ele tem feito sobre supostos casos de pedofilia na região.
Homem da mídia – O apresentador e proprietário da TV Master, Alex Filho, está em plena negociação para estrear novo programa em canal aberto na Paraíba. As opções são muitas.
Agradecimento – O PB Agora aproveita para agradecer a todos os colegas radialistas e jornalistas que divulgaram a pesquisa do Instituto Opinião dando os créditos ao Portal. A todos, o agradecimento ornamentado pela promessa de porta aberta no PB Agora.
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