O secretário de Segurança e Defesa Social da Paraíba, Jean Nunes, reagiu à ação judicial movida pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB), que cobra a nomeação imediata de aprovados no concurso de 2021 e aponta um déficit de 5.636 policiais civis no estado. Em entrevista à rádio CBN, Nunes refutou os números apresentados pelo MPPB, classificando-os como “fictícios” e sem uma metodologia clara.
Segundo o Ministério Público, a Polícia Civil da Paraíba atualmente conta com apenas 2.289 servidores, enquanto a legislação estadual prevê um efetivo de 7.925 agentes. A falta de pessoal, segundo o MPPB, tem comprometido a investigação de crimes e afetado a segurança pública. No entanto, Nunes contestou os dados, questionando a forma como o déficit foi calculado.
“Nunca foi clara a forma que chegaram a esse número, nunca foi explicado, a gente não consegue entender a metodologia para chegar nesse efetivo”, afirmou o secretário.
Nunes também destacou a utilização crescente de tecnologia nas investigações, um fator que, segundo ele, altera a necessidade de pessoal. Ele comparou o trabalho da Polícia Civil com o do Judiciário e do Ministério Público, que utilizam ferramentas tecnológicas sem precisar aumentar significativamente o número de servidores.
“Se apegar a um número fictício, criado sem metodologia ou critérios, ignora a realidade atual. O Judiciário e o próprio Ministério Público fazem uso de tecnologia, e nem por isso há promotores e juízes em todas as comarcas”, argumentou.
O concurso realizado em 2021 ofereceu 1.400 vagas, e Nunes defendeu que o número foi estabelecido dentro das condições orçamentárias do estado. Ele ressaltou que, para convocar mais policiais, seria necessário fazer uma avaliação jurídica e obter a aprovação da comissão do concurso, que conta com representantes do MPPB.
“Essa é uma decisão administrativa do Poder Executivo, que já tomou uma grande decisão na realização do concurso. Agora, para ultrapassar esse número, precisamos de avaliação jurídica e da própria comissão do concurso, que conta com representantes do MPPB”, afirmou.
PB Agora