PRF da Bahia e da Paraíba aderem à paralisação nacional

Os policiais rodoviários federais da Bahia e da Paraíba aderiram à greve nacional nesta segunda-feira. A paralisação é por tempo indeterminado. A intenção da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais(FenaPRF) é de que até a sexta-feira, 21 dos 24 sindicatos do País estejam em greve.

Veja como a greve dos servidores federais pode afetar sua rotina

Segundo Fabio Serravalle Franco, diretor jurídico do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais do Estado da Bahia (Sinprf-BA), não há redução de efetivo, mas sim de serviços prestados. "Não vamos atender acidentes sem vítimas, só aqueles com feridos e mortos. Faremos todo o procedimento, mas não iremos encaminhar a documentação da ocorrência", ressaltou.

Também não serão repassados os resultados operacionais, nem realizado atendimento ao público. "Não faremos serviços de escolta ou cobertura para eventos, nem participaremos de operações", completa o diretor.

Hoje pela manhã, houve uma manifestação na Superintendência Regional em Salvador. A ação, feita por melhores condições de trabalho, foi motivada pela morte, ontem, de dois policiais lotados no município do Senhor do Bonfim. "Perdemos um colega por infarto e, o outro que foi substitui-lo, acabou morrendo atropelado enquanto estava em serviço", contou Franco.

Na Paraíba, Eb Porto Bezerra, vice-presidente do Sinprf-PB, disse que todo o efetivo está trabalhando, mas apenas 30% está atendendo as ocorrências de maior relevância. "Estamos priorizando os acidentes com feridos e mortes. Os demais ficam comprometidos", explicou.

Na próxima quinta-feira está agendada uma reunião entre a categoria nacional e o Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). Eentre as reivindicações dos policiais rodoviários federais está a reestruturação salarial e da carreira, realização de novos concursos, aumento do efetivo, além do aumento dos auxílios alimentação, saúde, creche e transporte.

O movimento grevista

Iniciados em julho, os protestos e as paralisações de servidores de órgãos públicos federais aumentaram no mês de agosto. Pelo menos 25 categorias estão em greve, tendo o aumento salarial como uma das principais reinvindicações. De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), o movimento atinge 28 órgãos, com 370 mil servidores sem trabalhar. O número, no entanto, é contestado pelo governo.

Estão em greve servidores da Polícia Federal, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Arquivo Nacional, da Receita Federal, dos ministérios da Saúde, do Planejamento, do Meio Ambiente e da Justiça, entre outros. O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) informou que dez agências reguladoras aderiram ao movimento.

O Ministério do Planejamento declarou que está analisando qual o "espaço orçamentário" para negociar com as categorias. O governo tem até o dia 31 de agosto para enviar o projeto de lei orçamentária ao Congresso Nacional. O texto deve conter a previsão de gastos para 2013.

No dia 25 de julho, a presidente Dilma Rousseff assinou decreto para permitir a continuidade dos serviços em áreas consideradas delicadas. O texto prevê que ministros que comandam setores em greve possam diminuir a burocracia para dar agilidade a alguns processos, além de fechar parcerias com Estados e municípios para substituir os funcionários parados.
 

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