Operação policial termina com dois mortos
Uma operação policial desencadeada pela Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) de Campina Grande terminou na morte de dois acusados de assalto e na prisão de dois suspeitos de envolvimento com um grupo que seria responsável por assaltos e explosões a agências bancárias em vários Estados do país. Entre os mortos está o potiguar Jackson Jussier Rocha Rodrigues, de 27 anos, conhecido como ‘Monstro’ e apontado pela polícia como o maior assaltante de bancos do Rio Grande do Norte e líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) no Estado. Junto com ele também acabou morrendo, durante a troca de tiros com a polícia, Aurino Ricart da Costa Júnior, de 35 anos, morador do bairro das Malvinas, em Campina.
Além da dupla, foram presos os irmãos Wilson Fernandes da Silva, 43 anos, e Isac Fernandes Silva, 33 anos. Segundo a polícia, eles seriam moradores das Malvinas e integrariam um grupo composto por cerca de 20 homens e comandado por Jackson Jussier. Com o grupo foram apreendidas duas pistolas, munições de uso restrito e uma metralhadora de fabricação alemã; juntamente com bananas de dinamite, pedras de crack, 10 aparelhos celulares e dois automóveis.
Segundo a polícia, o grupo supostamente liderado pelo potiguar teria atuação em pelo menos sete Estados do país. Na Paraíba eles teriam roubado apenas no ano passado dois carros-fortes em Campina Grande, em um shopping e em um supermercado da cidade. No Rio Grande do Norte, o grupo seria responsável pelos últimos quatro casos de explosão a agências bancárias e atuaria ainda nos Estados de Alagoas, Pernambuco, Ceará, Rio de Janeiro e Paraná. O grupo ainda estaria tramando um assalto ao Banco do Brasil (BB) da Feira Central, em Campina Grande.
“A ficha criminal dele tem 17 páginas. Era um indivíduo de alta periculosidade”, ressaltou o delegado da DRF, Henry Fábio, que participou da operação. “Esse trabalho que tem sido realizado teve início desde o mês de janeiro e com ele já conseguimos prender pelo menos 50 assaltantes de banco, somente na região de Campina Grande”, observou o delegado Geral da Polícia Civil paraibana, Severiano Pedro do Nascimento.
A perseguição policial teve início no Distrito dos Mecânicos. Equipes da DRF seguiram um carro onde estariam Jackson Jussier e Aurino Ricart. A dupla trocou tiros com os policiais na rua José Firmino da Silva, no bairro do Jardim Paulistano. Eles foram atingidos e acabaram falecendo quando eram socorridos para o Hospital Regional de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes.
Moradores da localidade disseram que a viatura da polícia colidiu na traseira do carro onde estavam os suspeitos, um Kadete de cor verde e placas MMT 6474/PB, e começou o tiroteio. “Parecia um bangue-bangue, foi questão de segundos e o pânico tomou de conta de todos que passavam na rua na hora”, informou o saldador Antônio Ferreira Batista, 57 anos, que voltava para no momento da troca de tiros.
Na hora do tiroteio um ônibus da empresa Transnacional, de número 111 e que faz a linha do Distrito dos Mecânicos ao Alto Branco, passava na rua José Firmino da Silva e foi atingido por vários tiros. O motorista Evanilson dos Santos disse que só estavam no ônibus ele, um cobrador e quatro motoristas e todos se abaixaram para não serem atingidos pelos disparos. A frente do ônibus ficou parcialmente destruída, mas ninguém saiu ferido.
Potiguar
O potiguar Jackson Jussier Rocha Rodrigues já teria atuado em conjunto com o campinense Gilson Mendes Madureira, ‘Gilson Beira Mar’, também suspeito de ser um dos maiores assaltantes de banco do Nordeste. A ação teria sido executada no fim do mês de julho do ano passado, durante um assalto a um carro-forte no shopping Luiz Motta, no bairro do Catolé.
Jackson Jussier teria executado a tiros, em 2009, um agente do Batalhão de Operações Policiais Especiais do Rio de Janeiro, conhecido como BOPE, além de ter conseguido por três vezes das penitenciárias de Alcaçuz, João Chaves e do Serrotão. No total, o potiguar era condenado a mais de 70 anos de prisão por assaltos a banco, latrocínios, estupros e homicídios. Depois de coordenar rebeliões em Alcaçuz, o acusado chegou a ser transferido para Catanduvas, no Paraná, de onde também era foragido.
“Sem dúvidas alguma nós conseguimos frustrar outras ações que seriam praticadas aqui em Campina. E o Jackson mantinha uma relação com o Gilson, eles recrutavam homens para atuar de várias formas em assaltos e Estados diferentes”, explicou o delegado Regional da Polícia Civil campinense, Wagner Dorta. Segundo ele, a cidade tem sido escolhida por quadrilha que atuam em roubos a bancos “por ter uma posição geográfica privilegiada, perto de João Pessoa e de Pernambuco”, complementou. Além disso, as ações criminosas também teriam ligações com detentos do Complexo do Serrotão.
PB Agora
com JPB







