Na manhã desta terça-feira (5), a Polícia Federal realizou a prisão de um indivíduo na cidade de Bonito de Santa Fé, Paraíba, como parte da Operação Transloading, uma ação coordenada para desarticular uma organização criminosa envolvida no tráfico internacional de drogas e armas de fogo. A prisão, decorrente do cumprimento de um mandado de prisão preventiva, revela a extensão das atividades ilícitas que alcançam o nordeste do Brasil.
A operação, que teve origem em investigações iniciadas no final de 2022, visava desmantelar um grupo que atuava desde a fronteira até a região nordeste, transportando entorpecentes e armas. A ligação direta com a Paraíba é destacada pela recente apreensão de um caminhão na região de Conceição, contendo mais de uma tonelada de maconha, cocaína e equipamentos eletrônicos.
Os detalhes da investigação revelam que o grupo criminoso utilizava estruturas de sítios e imóveis rurais no Piauí, Maranhão e Ceará para armazenar drogas provenientes da Bolívia e do Paraguai. A droga era posteriormente distribuída e comercializada em cidades como Teresina/PI, Imperatriz/MA e Fortaleza/CE. A relação com facções criminosas atuantes nesses estados também foi identificada durante as apurações.
A fase logística da operação resultou na prisão de 10 caminhoneiros em diferentes estados, incluindo a Paraíba. A apreensão de cerca de 3 toneladas de entorpecentes, entre maconha e cocaína, demonstra a magnitude das atividades criminosas desbaratadas pela ação policial.
Os líderes e fornecedores do esquema criminoso foram identificados em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná, locais de onde comandavam as operações e o envio das drogas para o Nordeste. Nesse momento, indícios de tráfico internacional e comércio ilegal de armas de fogo e munições foram coletados.
Além dos aspectos operacionais, a investigação revelou que diversas pessoas físicas e jurídicas foram utilizadas para movimentar os valores ilícitos decorrentes dos crimes. O bloqueio e sequestro de valores na ordem de R$200 milhões, bem como a apreensão de veículos pertencentes ao grupo, evidenciam a abrangência da rede estruturada de pagamento das drogas e armas.
Os investigados responderão por crimes que incluem tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico, tráfico internacional e comércio ilegal de armas de fogo e munições, entre outros que estão em fase de apuração. Após os interrogatórios, os presos serão encaminhados aos sistemas penitenciários estaduais, ficando à disposição da Justiça.
O nome da operação, “Transloading”, representa de forma simbólica a transferência de mercadorias de um meio de transporte para outro a caminho de seu destino, refletindo o modus operandi do grupo criminoso, que utilizava diferentes meios de transporte para efetivar a cadeia ilícita do tráfico internacional de drogas e armas de fogo.