Decano da Câmara dos Deputados, Miro Teixeira (Rede-RJ) avalia que os defensores da emenda da anistia recuaram não por vergonha, mas por tática. “Vergonha é uma mercadoria em falta na Câmara”, disse Miro, em conversa com o blog. “Eles têm um padrão de comportamento. Trabalham com o método de tentativa e erro. Vão forçando a barra. Quando dá, avançam. O que houve agora não foi uma desistência. Aconteceu um recuo organizado.”
Segundo Miro, o grupo que trama desfigurar o pacote anticorrupção “tinha unidade para aprovar algumas coisas”. Entre elas punições para juízes e procuradores. “Falava-se até em proibir juízes de darem entrevistas”, relata o deputado. Mas “faltava unidade ao grupo para avançar em outros tópicos”. Houve divergência, por exemplo, quanto à amplitude da anistia. Daí o “recuo tático”.
Miro acha graça dos colegas que se irritam com quem chama pelo nome a pretendida anistia para o caixa dois e crimes conexos. O parlamentar evoca Leonel Brizola: “Eles ficam muito irritados quando a gente fala em anistia. É como dizia o Brizola: ‘tem pata de jacaré, papo de jacaré, dentes de jacaré, garras de jacaré… E não é jacaré?’ Ora, francamente.”
O deputado realça um risco adicional para a trama costurada na Câmara: “Quando você aprova uma anistia, ela vale para os dois lados. Não há como anistiar quem recebeu dinheiro sujo e não anistiar quem deu o dinheiro.” Se a emenda da anistia prevalecer, Miro não exclui a hipótese de protocolar no Supremo Tribunal Federal uma ação questionando a constitucionalidade da medida. “Não há como reconhecer a autoanistia”, afirma.
Testemunha de muitos altos e baixos do Parlamento, Miro enxerga na Câmara de hoje “uma ousadia que revela um desprezo pela Opinião Pública jamais visto.” Acha que a reação que chega por meio das redes sociais afeta o comportamento de parlamentares que ainda conseguem colocar dois neurônios para funcionar. Nada, porém, em proporções suficientes para deter a insensatez.
Baseando-se em informações que lhe chegam da Procuradoria da República, Miro acredita que o esforço dos partidários da anistia, ainda que tenha êxito, pode ser inútil. Primeiro porque a autoanistia não terá o condão de estancar a sangira da Lava Jato. Segundo porque o próprio Procurador-Geral da República Rodrigo Janot pode questionar no Suoremo eventuais excentricidades aprovadas no Congresso.
Redação com UOL
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