A Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social (Seds) vai apresentar o diagnóstico e os resultados obtidos durante um ano do programa Paraíba Unida pela Paz no III Colóquio Brasil Mais Seguro, que acontece amanhã e terça-feira na Escola de Serviço Público da Paraíba (Espep). O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozzo e a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, estarão presentes no evento. Segundo o secretário da Seds, Cláudio Lima, a Paraíba apresentará dados positivos, como a redução de 9,2% dos homicídios e o aumento da resolução de crimes, que chegou a 80% em Campina Grande.
De acordo com Cláudio, o evento faz parte de uma grande parceria entre o governo estadual e federal. Ele explicou que será apresentado o diagnóstico da segurança em um ano de atuação, assim como os resultados que foram alcançados. Também será mostrado o planejamento a curto, médio e longo prazo da segurança. “Em curto prazo, elaboramos um planejamento operacional que busca enfrentar os altos índices de violência, buscando diminuir e cada vez mais empregar uma repressão qualificada por meio do serviço de inteligência”, afirmou.
A Seds mostrará aos representantes da segurança nacional o que, segundo Cláudio, é o carro-chefe da gestão: o trabalho integrado das polícias Militar, Civil e Bombeiros. “Um dos carros-chefe dessa gestão é a integração entre as polícias e estamos trabalhando para que o sistema de segurança funcione de forma integrada e com os mesmos objetivos. Ainda é preciso aumentar essa integração, mas os avanços foram grandes”, expôs.
O colóquio será um momento para buscar parcerias entre os governos. Segundo Cláudio, hoje a Paraíba tem grande necessidade da polícia judiciária para auxiliar nos inquéritos policiais não concluídos. “A Paraíba tem oferecido policiais para a guarda nacional e agora recebe uma contrapartida para enfrentar o passivo dos inquéritos que a polícia não conseguiu, com o efetivo atual, concluir”, disse. Ele também destacou a importância do evento para captação de recursos para investir no serviço de inteligência da polícia, nos recursos humanos por meio de cursos especializados, assim como aquisição de equipamentos de tecnologia para combate ao crime, como o vídeo monitoramento.
O secretário adiantou que a meta para o próximo ano é ter uma redução anual de 10% dos crimes, principalmente dos homicídios. “Esse é o primeiro passo do ponto de vista operacional. Também vamos avançar no investimento para a polícia, tanto na tecnologia, quanto da parte física e recursos humanos”.
ReduçãoSegundo dados da Seds, até outubro deste ano aconteceram 1.270 homicídios na Paraíba, aumento de 124 casos em um mês (de janeiro a setembro foram registrados 1.146 assassinatos). Em relação ao ano passado, o secretário Cláudio Lima informou que houve uma redução de 9,2% (no mesmo período de 2011 foram registrados 1.399 homicídios, 129 a mais). Entretanto, o secretário reconheceu que essa redução seria maior caso Santa Rita seguisse a tendência do estado. De acordo com o boletim trimestral de criminalidade, em nove meses, aconteceram 112 assassinatos na cidade, sendo 42 no primeiro trimestre, 33 no segundo e 38 no terceiro.
“A situação de Santa Rita é preocupante, pois os municípios tiveram uma redução no número de homicídios. Em Cabedelo, o índice de crimes caiu 17% e em João Pessoa e Bayeux caiu 14%, já em Santa Rita foi o contrário, aumentou, e nós reconhecemos isso. É preocupante porque a redução dos crimes no estado poderia ser maior ao invés de 9,2%”, reconheceu.
Cláudio informou que algumas providências já estão sendo tomadas, como a lotação de delegados para cuidarem apenas dos homicídios, mudança de comando da Polícia Militar, e lotação de mais policiais militares na área. “Daqui para frente vamos tratar Santa Rita com muito mais empenho”.
Ainda segundo o boletim de criminalidade, as três cidades com maior número de assassinatos é João Pessoa, Campina Grande e Santa Rita. Em João Pessoa foram registrados 398 homicídios até setembro, sendo 151 no primeiro trimestre, 132 no segundo e 115 no terceiro. Em Campina Grande foram 115 homicídios, sendo 48 no primeiro trimestre, 32 no segundo e 35 no terceiro.
O secretário analisa que a problemática da violência não só na Paraíba, mas em todo o país, e que são várias causas que contribuíram para o seu crescimento. “Um dos fatores que consideramos relevantes é o tráfico de drogas. Nem a Paraíba, nem o Nordeste são produtoras de drogas, no entanto sofre os efeitos devastadores dessa ação maléfica do tráfico. Nós reconhecemos que o trabalho de enfrentamento deve ser muito mais sistêmico e que possam envolver as três esferas do governo (federal, estadual e municipal) e também o sistema de justiça criminal, desde o poder judiciário, ministério público e o sistema prisional. Este precisa melhorar no país”, afirmou.
Resolução
Segundo o secretário da Seds, Cláudio Lima, houve um aumento na resolução dos crimes na Paraíba. Em Campina Grande, chegou há quase 80%, no ano passado. “Em João Pessoa aumentou, mas não atingiu um índice como de Campina Grande. Antes tínhamos uma média de 7% de resolução dos homicídios, hoje João Pessoa tem uma média de 40 a 50% de resolução. Não é o número que queremos, mas aumentou bastante”, analisou.
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