A delegada Maria Rodrigues da Silva, responsável pelo processo que investiga uma acusação de estupro contra o zagueiro paraibano Fábio Bilica, declarou nesta quarta-feira que já solicitou as imagens do sistema de segurança do Aeroporto Internacional do Recife e que as primeiras imagens devem chegar amanhã a João Pessoa. Segundo ela, estas gravações são peças-chaves no trabalho de elucidação do caso.
Isto porque, segundo a acusação, o estupro teria acontecido no estacionamento do aeroporto. A vítima, que é uma vizinha do jogador, diz que foi estuprada. Já a defesa de Fábio Bilica fala em relação consentida e a acusa de tentar "aplicar um golpe". Para a delegada, as imagens podem ser esclarecedoras para saber qual das versões é a verdadeira.
Maria Rodrigues da Silva explica ainda que também solicitou as imagens do sistema de segurança de dois postos de gasolina, um localizado no Recife e um localizado em Intermares, bairro de Cabedelo (cidade portuária que integra a Grande João Pessoa).
Estes dois outros locais cujas imagens foram solicitados têm a ver com a versão de dois dos três amigos de Bilica que estavam no carro e que já foram ouvidos. O posto pessoense, por exemplo, foi onde a vítima teria entrado no carro, “de forma consentida e por livre vontade”, segundo versão dos amigos. O que mostraria que em nenhum momento ela foi obrigada a nada. Um terceiro amigo deve ser ouvido até sexta-feira.
Por ora, todos estes estão sendo chamados para depor como testemunhas, mas a delegada não descarta indiciá-los caso eles sejam vistos como cúmplices ao longo das investigações.
O advogado de Bilica, Luiz Fernando Ceriani, revelou que, sob sua orientação, Bilica fez um exame de corpo de delito na Turquia, onde joga defendendo o time Elazığspor, mas que ainda não teve acesso a detalhes deste exame.
– Ele está à disposição para contribuir com o caso – declarou o advogado.
Luiz Fernando também revelou que está providenciando outros documentos que possam ajudar no trabalho da polícia, mas que preferiu manter em sigilo, destacando que todos “confirmam a versão de Bilica dos fatos”.
Entenda o caso
Em comum nas versões da vítima e do jogador apenas o fato de que Bilica estava num carro com mais três amigos, ainda em João Pessoa, onde a vítima entrou junto com sua filha. O jogador estava indo a Recife para pegar o voo para a Turquia para se reapresentar ao seu time. Mas a partir daí as versões são contraditórias.
Segundo a delegada Maria Rodrigues, a vítima disse em seu depoimento que saiu de casa com o objetivo de deixar sua filha (de 15 anos) num barzinho próximo, onde se encontraria com o namorado. No caminho, ela foi abordada pelo jogador, que lhe ofereceu uma carona. A vítima teria negado, alegando que o bar era próximo, mas ela teria aceitado entrar no carro depois da insistência do jogador. Ao longo do percurso, contudo, o jogador teria mudado a rota e rumado à Recife. No aeroporto, ele ficou só com a mulher no carro e a teria estuprado.
Já segundo a versão da defesa do jogador, Bilica estava saindo de casa no tal carro e viu a vizinha andando pela rua. Os dois conversaram, soltaram algumas brincadeiras mútuas, mas ambos continuaram andando. Mais a frente, num posto de gasolina na esquina de casa, Bilica parou para abastecer e a mulher estava na loja de conveniência do local. Eles voltaram a conversar e ela aceitou entrar no carro por vontade própria. Ela já estaria sabendo desde o início que o grupo estava indo para Recife deixar o jogador no aeroporto e teria aceitado fazer a viagem. Ao chegar lá teroa se relacionado de forma consentida com o jogador.
G1PB