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Confusão no sindicato dos motoristas de SP

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 A eleição de diretores do sindicato dos motoristas de ônibus de São Paulo terminou com oito pessoas feridas, na noite desta quarta-feira (10), na Rua Pirapitingui, na Liberdade, região central de São Paulo, de acordo com o Corpo de Bombeiros. Sindicalistas estavam na sede para retirar as urnas onde os votos seriam colocados e houve confusão.

Inicialmente, o Corpo de Bombeiros informou que entre os feridos havia 3 baleados. O diretor técnico do Hospital Santa Helena, Fábio Haddad, confirmou que 8 pessoas saíram feridas da confusão. Contudo, os ferimentos foram provocados, segundo ele, provavelmente por artefato explosivo.
De acordo com Haddad, um ferido foi internado em estado grave, com traumatismo craniano.
O segurança João Luiz Oliveira Francisco sofreu um ferimento no ombro esquerdo e outro no braço direito durante a confusão. Ele contou ao G1 que estava conversando na entrada do sindicato quando uma bomba foi lançada e explodiu perto de onde estava. Francisco recebeu atendimento em um hospital e foi liberado com curativos nos ferimentos.

A rua estava isolada por volta das 22h20 desta quarta-feira. O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo passa por processo eleitoral nesta semana e duas chapas concorrem. A disputa já provocou a paralisação de terminais de ônibus nas duas últimas semanas, uma delas na manhã desta quarta, quando 16 terminais tiveram os acessos bloqueados por sindicalistas.

A assessoria do sindicato informou que a confusão ocorreu porque, no horário de retirada das urnas para levá-las aos locais de votação, um grupo de aproximadamente 800 pessoas tentou invadir a sede do sindicato. Sem conseguir entrar, os manifestantes teriam disparado tiros e jogado bombas e pedras contra sindicalistas que estavam do lado de dentro.
Sindicalistas que estavam na rua, no entanto, disseram que tiros partiram de dentro da sede do sindicato.

Também houve confronto entre sindicalistas na Rua Pirapitingui.

A confusão só terminou com a chegada dos policiais, que usaram bombas de efeito moral para dispersar o grupo.
A diretoria do sindicato ainda não havia decidido, até as 22h20, sobre a manutenção ou não das eleições.
No final da noite, o deputado estadual Alcides Amazonas (PCdoB), ligado ao grupo que comanda o sindicato atualmente, foi hostilizado por manifestantes contrário à atual gestão. Embora estivesse acompanhado por dois policiais militares ele não conseguiu deixar a região e foi forçado a se refugiar no prédio do Santa Helena.
Paralisação de terminais

Motoristas e cobradores de ônibus da chapa de oposição mantiveram 16 terminais de ônibus bloqueados em São Paulo das 8h até as 12h50 desta quarta-feira. A São Paulo Transporte (SPTrans) informou que 750 mil passageiros foram prejudicados pelo protesto nesta manhã.

Segundo Ronaldo Moraes, que faz parte da chapa de oposição que disputa a presidência do sindicato, a comissão eleitoral, imposta pela presidência atual, já entregou três listagens com o número de votantes – a primeira com 22 mil, a segunda com 26 mil e a terceira com 29 mil nomes. Moraes diz que o sindicato conta com 35 mil contribuintes aptos a votar.
Além disso, segundo Moraes, a comissão eleitoral ainda não definiu os horários que as urnas serão levadas para as seções eleitorais nas garagens – as urnas têm que estar nos locais de votação até a meia-noite, segundo ele. "Não queremos prejudicar a população, queremos chamar a atenção para a falta de transparência do processo eleitoral", disse..

Segundo Edvaldo Santiago Silva, que é secretário-geral da atual gestão do sindicato e está apoiando a chapa de oposição, o grupo pede também respostas a uma pauta de reivindicações que não foi defendida pela atual gestão. Entre os pedidos estão o registro e benefícios aos funcionários. “As empresas pagam horas extras fora da folha de pagamento, o que traz um prejuízo enorme ao trabalhador e ao país, já que a empresa não paga tributos.”
O presidente do Sindicato dos Motoristas de São Paulo, Isao Hosogi, conhecido como Jorginho, afirmou que a chapa de oposição não participou das reuniões que definiram os nomes da comissão eleitoral e que agora tenta cancelar a eleição. Jorginho informou ainda que já estão definidos os horários de saída das urnas.

A única indefinição no processo eleitoral, segundo ele, é o local da apuração. O presidente acredita que não há segurança para que a contagem dos votos seja feita na sede do sindicato. Segundo ele, 300 seguranças particulares foram contratados para garantir a segurança das urnas.
Jorginho informou que apenas 29 mil motoristas e cobradores estão aptos a votar, já que o estatuto do sindicato prevê que os eleitores devem ter no mínimo seis meses de filiação. Segundo o presidente, a oposição é uma minoria que se formou após ele optar por compor sua chapa à reeleição apenas com nomes "ficha limpa".

Em 2010, a Polícia Civil prendeu sindicalistas investigados por envolvimento na morte de membros do Sindicato dos Motoristas. Na casa de Edvaldo, secretário-geral do sindicato e que agora faz oposição a Jorginho, foram apreendidos cerca de R$ 55 mil.
"A diretoria de um sindicato tão importante como este tem que ter em sua composição membros com ficha limpa para que possa representar a categoria (…) Apesar que não sou nada contra o crime organizado, cada um faz o seu papel, mas não podemos aceitar que o tesoureiro do sindicato, que é candidato a presidente da outra chapa, fique ameaçando a nossa diretoria", atacou Jorginho nesta manhã.

G1

 

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