Os dois homens assassinados em dezembro de 2018, no acampamento Dom José Maria Pires, em Alhandra, Região Metropolitana de João Pessoa, teriam sido mortos porque proibiram que pelo menos um dos suspeitos do crime fizessem a extração de areia no local usado para exploração do produto.
Conforme a delegada Flávia Assad, o acampamento é uma área de extração, com permissão do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra na Paraíba (MST-PB).
De acordo com a delegada, o MST permite que areeiros façam a exploração da areia, mediante o pagamento de R$ 2 mil por mês, sendo R$ 1 mil para o movimento e R$ 1 mil para os assentados. No entanto, um dos suspeitos do crime estava fazendo a extração sem realizar o repasse do dinheiro. Além disso, a extração feita por ele era clandestina, porque acontecia durante a madrugada.
Após descobrir a irregularidade, José Bernardo da Silva, conhecido como Orlando, e Rodrigo Celestino, assassinados em dezembro de 2018, proibiram a extração. Motivado por isso, o suspeito, conhecido como Ralph, começou a articular a morte dos dois integrantes do MST.
A delegado Roberta Neiva esclareceu que o duplo assassinato não tem nenhuma ligação com o MST. "Não há nenhum tipo de criminalização do Movimento Sem Terra, o crime não tem nenhuma relação com a atividade social do movimento. É um crime motivado por questões pessoais, econômicas, de pessoas que se relacionavam com membros, integrantes do movimento", explicou.
Conforme nota oficial divulgada pelo MST-PB, o crime ocorreu por volta da 19h30 no acampamento que fica na fazenda Igarapu, ocupada pelas famílias desde julho de 2017. José Bernardo da Silva e Rodrigo Celestino estavam jantando no momento em que os homens encapuzados entraram no local atiraram várias vezes.
Redação com G1
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