A comissão de sindicância que investigou denúncias de maus tratos contra o autor da chacina do Rangel denunciou o ex-diretor do presídio do Roger, Dinamérico Cardim, o vice diretor Josenildo Porto e mais 10 agentes como responsáveis pelo espancamento contra Carlos José dos Santos, de 37 anos. A comissão pediu que os 10 agentes sejam advertidos e recomenda que o ex-diretor e o vice permaneçam afastados.
Eles foram responsabilizados pela sessão de tortura cujas imagens transmitidas pela TV O Norte.
Segundo conclusão da sindicância, Carlos José, apesar de dizer que não lembra ter sido espancado na prisão, foi mesmo torturado depois de preso pela chacina que resultou na morte de cinco pessoas de uma mesma família no Rangel.Carlos José foi ouvido pelo capitão PM Sérvio Túlio, presidente das sindicância instaurada pela Secretaria de Cidadania e Administração Penitenciária – Secap- para investigar e identificar os responsáveis pela sessão de espancamento depois de ser isolado na prisão para não ser linchado pela população, que ameaçava invadir a 9ª Delegacia Distrital, em Mangabeira, para onde foi levado depois de preso em flagrante com sua mulher Edileuza Oliveira dos Santos.
O resultado da sindicância está em poder do delegado Ivonilton Wanderley gerente do Sistema Penitenciário da Paraíba. Ele emitirá parecer até a próxima sexta-feira sobre o pedido formulado pela comissão de sindicância. O caso será entregue ao secretário Roosevelt Vita a quem caberá a decisão final.
IgrejaO arcebispo da Paraíba, Dom Aldo Pagotto, reconhece que o crime perpetrado contra uma família no Rangel foi bárbaro e inominável, mas observa que as pessoas devem agir com cautela e não fazer justiça com as próprias mãos, uma vez que um crime não justifica outro. Segundo ele, não se deve agir pela emoção, que nessas horas fica aflorada e desencadeia momentos de fúria.
“O Direito e a Justiça existem e são eles que devem analisar o caso e julgar. Isto não pode ser resolvido em num minuto, numa hora ou um mês”, afirmou o arcebispo.
O Norte
