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Seca já atinge 95 cidades da Paraíba

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Hoje é o Dia Mundial da Água. Porém, mais do que motivos para celebrar, a data deve servir como um alerta para a humanidade. Especialistas preveem um futuro sombrio nos próximos 26 anos para a substância essencial à vida e que cobre ¾ da superfície do planeta. Segundo relatório da Unesco divulgado este mês, mais da metade das pessoas que vivem na Terra – cerca de 3 bilhões – sofrerão por causa da escassez de água até 2025. Efeitos que já podem ser sentidos hoje, em vários pontos da Paraíba. Apesar das limitações, algumas comunidades, através de iniciativas simples, vislumbram dias melhores. No ano em que a Assembleia Geral das Nações Unidas adota o tema ‘recursos hídricos transfronteiriços’ e incentiva a importância dos desafios mundiais de compartilhar a água e oportunidades, experiências desenvolvidas no Estado ensinam como aproveitar os benefícios da água e ainda usá-la como fonte de geração de renda. De acordo com a Gerência Executiva da Defesa Civil do Estado, só em 2009, mais de 95 cidades já decretaram situação de emergência por causa da estiagem, atingindo diretamente mais de 192 mil pessoas.

Em todo o Estado, há projetos capazes de fazer frente à falta de água. Três deles são desenvolvidos em municípios da região do Semi-árido e têm transformado a realidade através da união de esforços para potencializar o uso da água. O projeto ‘Produção Agroecológica Integrada e Sustentável’ (Pais) atua em 12 cidades paraibanas. Implantado desde 2006 e executado através de parceria entre o Sebrae-PB, Fundação Banco do Brasil e Ministério da Integração Nacional, o programa funciona como uma tecnologia social de racionalização de água. Por causa dele, 90 famílias aprenderam que podem ser agentes transformadores de sua própria vida. O coordenador do Pais, João Bosco da Silva, destaca o trabalho que está sendo desenvolvido por 35 famílias em Monteiro. O sistema funciona através do gotejamento numa espécie de multiplicação da água.

“São montados três círculos de produção ao redor de um galinheiro dentro de uma área de 15m x 15m. A grande vantagem é que eles aprendem como fazer a irrigação sem a necessidade de grande volume de água. Basta um poço artesanal, ou cisterna, ligado a uma pequena mangueira que fica pingando sobre as pequenas hortas.

Os pequenos agricultores não precisam ficar regando, pois os pingos que caem são suficientes para a hidratação. Em um dos círculos, eles plantam hortaliças, em outro apenas o que serve para consumo próprio e o que é produzido pelo terceiro círculo é considerado como excesso e pode ser vendido em feiras livres”, explica o gestor do Sebrae.

A qualidade do produto, que também é distribuído para supermercados, sacolões e vendido para programas sociais contra a fome do Governo Federal – como o Plano Brasil Para Todos (PPA) – garante lucro certo. João Bosco diz que a cartela de clientes é diversificada, mas o que atrai mesmo os consumidores é a ausência de agrotóxicos durante o cultivo. A renda mensal das famílias é de R$ 250. “Alguns já atingiram a faixa de R$ 1.800 por mês”.

Outra experiência para superar as adversidades da estiagem pode ser encontrada no município de São João do Cariri. Fruto de uma pesquisa acadêmica, o projeto ‘Água: fonte de alimento e renda – uma alternativa para o Semiárido’ da engenheira agrônoma Maria Angélica Marques tem proporcionado a 80 famílias da comunidade de Uruçu, a oportunidade de ter água tratada em casa. O método consiste na dessalinização da água que, através de poços, brota do subsolo da localidade. A água retirada é transformada em água potável e a outra metade é utilizada para cultivo de vegetais em solução nutriente com suporte de areia ou cascalho. A engenheira Maria Angélica Marques analisa que os aspectos positivos do projeto vão além do acesso à água tratada. “É também a conveniência deles tirarem da região o próprio sustento”, completa. Apesar de realizado pela própria população, todo o trabalho é coordenado pela Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras (CERTI) e recebe o apoio de laboratórios das Universidades Federais de Campina Grande (UFCG) e de Santa Catarina (UFSC).

Os agricultores que possuem propriedades agrícolas distantes de um dos dez mil reservatórios de água existentes na Paraíba, e que vivem em 22 comunidades localizadas em 15 cidades do Estado, estão sendo capacitados a desenvolver uma técnica inédita de conservação e armazenamento de águas pluviais. As barragens subterrâneas são metodologias alternativas de contensão de água e devem começar a operar a partir do mês de abril, como prevê o coordenador técnico da Cooperativa de Profissionais em Atividades Gerais (Coopagel), Roberto Oliveira. O projeto consiste na escavação de uma vala com quatro metros de profundidade dentro do rio. Sobre esta vala, coloca-se uma lona em toda a extensão de uma margem à outra do afluente. A cobertura de plástico rétem a água caída da chuvas, permitindo o armazenando no solo. Com ele encharcado, uma pequena instalação bombeia o volume de água para as produções agrícolas. O processo garante a irrigação para plantações e também pode ser utilizado para uso caseiro como a limpeza de casas e consumo animal.
 

Jornal da Paraíba

 

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