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Reitores das universidades federais querem processar ministro da Educação

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BRASÍLIA — A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) quer acionar juridicamente o ministro da Educação, Abraham Weintraub, por acusações feitas por ele contra as instituições de ensino. Em uma entrevista ao portal “Jornal da Cidade”, Weintraub acusa as universidades federais de terem “plantações extensivas de maconha” e utilizarem laboratórios para produção de drogas sintéticas.

— Foi criada uma falácia que é que as universidades federais precisam ter autonomia. Justo. Autonomia de pesquisa, autonomia de ensino. Só que essa autonomia acabou se transfigurando em soberania. Então, o que você tem? Você tem plantações de maconha, mas não são três pés de maconha. Tem plantações extensivas de maconha em algumas universidades — diz Weintraub, acrescentando ainda que nessas plantações seriam utilizados até borrifadores de agrotóxico. — Ou coisas piores. Você pega um laboratório de química, uma faculdade de química não era um centro de doutrinação, desenvolvendo laboratório de droga sintética, de metanfetamina, porque a polícia não pode entrar lá nos campi.

Em nota divulgada nesta sexta-feira, a Andifes afirma que se o ministro sabe de crimes e não os comunicou às autoridades competentes “poderá estar cometendo crime de prevaricação.” Segundo a associação, Weintraub “ultrapassa todos os limites da ética pública, indo aliás muito além até de limites que já não respeitava.” A entidade afirma que ao atacar a autonomia universitária, prevista na Constituição, o gestor comete crime de responsabilidade.

“Assim, diante dessas declarações desconcertantes, a ANDIFES está tomando as providências jurídicas cabíveis para apurar eventual cometimento de crime de responsabilidade, improbidade, difamação ou prevaricação”, afirma a nota.

Presidente da instituição, o reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), João Salles, afirma que o ministro deve prestar esclarecimentos sobre suas declarações.

— Se ele descobre que tem um crime sendo praticado, ele como autoridade tem obrigação de comunicar ao Ministério Público. Ele ultrapassou a mera opinião política que poderia ter e indicou como se tivesse ocorrendo crime nas universidades — diz Salles. — Ele já não respeitava certos limites, mas essa declaração não tem precedentes. Ele indica de uma maneira precisa como se um crime estivesse sendo praticado e que só não é punido porque a polícia não entraria nos campi. Diante disso temos que tomar uma providência.

Leia também: Associação dos reitores de universidades federais rebate ministro sobre balbúrdia

Questionado se teme retaliações de Weintraub às universidades, Salles opinou que essa postura seria inaceitável:

— Não se pode esperar que o gestor público tenha qualquer ação de retaliação. Ele ja tinha feito declarações estranhas e incongruentes com a natureza da vida universitária, afirmações preconceituosas sobre a universidade. Mas agora o ministro deu uma declaração onde ele avança na acusação de um crime e ele fala isso estendendo para todo o conjunto das universidades. Ele fala como se as instituições fossem um terreno podre, onde se estaria cavando e aparecendo a cada instante uma situação criminosa.

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O GLOBO perguntou ao MEC se o ministro tem evidências sobre a prática desses crimes nas universidades e se já acionou as autoridades, mas ainda não obteve resposta.

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