Um fato inescapável se confirma todos os dias para quem acompanha atentamente o cenário político da Paraíba: nosso estado é pequeno demais para se dar ao luxo de bancar uma disputa tão acirrada e, não raro, até mesmo irracional pelo poder. Impressionante como os dois principais grupos que concorrem por espaços nas esferas de domínio estadual deixam evidente que nem tão cedo chegaremos a um grau de evolução de mentes e de espírito público que permita a Paraíba deslanchar sem entraves, por parte de qualquer dos lados.
O mais incrível e frustrante é que, se você perguntar a qualquer ator desse cenário político, as palavras e teses bonitas sobre união de forças, interesses do Estado acima dos interesses particulares ou de grupos, fluem com uma força só comparável à hipocrisia dos que apregoam o que simplesmente não praticam. Biblicamente, “sepulcros caiados”.
E isso tudo nos remete a uma questão de fundo: a quem interessa esse tipo de situação? Quem tira partido dessa Paraíba dividida, enfraquecida, pobre de projetos que unifiquem, não apenas nos discursos, suas lideranças? Quem sai ganhando com essa disputa fraticida, que tem contribuído para deixar a Paraíba sempre à margem do desenvolvimento sem interrupções, sem traumas eventuais?
Talvez a resposta esteja com aqueles que, alimentando essa guerrinha entre irmãos que insistem em usar cores diferentes, se beneficiam com verbas públicas em seus projetos; muito provavelmente, os que apostam no “quanto pior, melhor”, são os que tiram proveito na ocupação de espaços no poder para atuar em favor de quem tem o poder da caneta. Pouco patrióticos, mas muito eficientes em se dar bem às custas do dinheiro do contribuinte.
Uma certeza, pelo menos, eu e qualquer cidadão de bom senso já temos: só quem sai perdendo com esse conflito de interesses é o povo paraibano. Em nossa região, para não ir muito longe, Ceará e Pernambuco já nos dão exemplo há muitos anos. Suas lideranças inauguraram um novo padrão de comportamento. A “guerra suja” não tem vez, quando o que está em jogo é o desenvolvimento do Estado. Não por acaso, são dois casos típicos de sucesso no Nordeste, em termos de crescimento, nas últimas décadas,
A questão, amigo, é que, a continuar com essa cultura do atraso e da guerrilha contra o futuro da Paraíba, nem tão cedo vamos sair desse “rame-rame”, como gosta de definir o governador Cássio Cunha Lima. Nesse sentido, o voto poderá ser o grande instrumento para reciclar o que é preciso urgentemente reciclar; a urna é o caminho mais inteligente para detonar essa mentalidade burra e atrasada. É importante que aqueles que apostam e se posicionam, na vida pública, em favor desse tipo de modelo sejam banidos democraticamente, sendo substituídos por quem acredita que a política deve ter perspectivas, naturalmente positivas, e nunca retrospectivas, reconhecidamente reprováveis.
Para se alcançar esse estágio tão almejado, cabe a cada um fazer a sua parte. Este espaço, desde já, se propõe a assumir essa bandeira por uma PARAÍBA BOA, livre dos que investem contra o seu futuro.