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Pesquisa aponta falhas na Paraíba

Pesquisa aponta falhas do Programa Nacional de Vitamina A na Paraíba

Na Paraíba, apenas 50% das crianças de 11 a 59 meses de idade recebem a suplementação de vitamina A, que reduz em até 23% a mortalidade infantil. Os dados são resultados de uma pesquisa por amostragem, realizada no ano passado no município de Cabedelo, que envolveu 749 mães de crianças com idades entre 0 e 5 anos. O estudo, intitulado ‘Análise e Fortalecimento dos Programas de Alimentação e Nutrição Comunitários’, foi divulgado nesta sexta-feira (30), pelo Ministério da Saúde (MS) e Universidade Federal da Paraíba (UFPB), no Hotel Verde Green, em João Pessoa.

A pesquisa, realizada pelo MS, UFPB e Organização das Nações Unidas para a Agricultura (FAO), será utilizada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) para planejar ações com o objetivo de melhorar a operacionalização do Programa Nacional de Suplementação de Vitamina nos 223 municípios paraibanos.
“A partir dos resultados do estudo, vamos traçar um plano que vai focalizar as capacitações dos profissionais, mas também vai checar a distribuição da vitamina nos municípios. Vamos trabalhar em parceria com a UFPB para implantar, efetivamente, uma política no Estado que possa melhorar a qualidade do programa”, disse Juliana Soares, gerente-executiva de Ações Programáticas e Estratégicas da SES.

O objetivo da pesquisa, que aconteceu de agosto a novembro de 2008, foi avaliar o Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A e, a partir dos resultados obtidos, construir um plano de ação para melhorar o programa. “Queríamos saber como o programa estava sendo operacionalizado, verificar as fragilidades e as potencialidades para que pudéssemos construir um plano de ação para todos os municípios paraibanos, com o objetivo de melhorar o programa. Apesar da pesquisa ter sido aplicada apenas em Cabedelo, os dados refletem a realidade do Estado como um todo”, explicou Eduardo Nilson, coordenador da Política Nacional de Alimentação e Nutrição do MS.

Mães desconhecem o nutriente – Durante a pesquisa, foram entrevistadas 749 mães e 32 profissionais de 15 unidades básicas de saúde do município. Entre as crianças de 6 a 11 meses, a cobertura do programa atinge 90%. Aproximadamente 90% das mães disseram que as cápsulas de vitamina A nunca faltaram nas unidades, no entanto, mais de 60% desconhecem os alimentos ricos em vitamina A e a confundem com outros nutrientes, como a vitamina C e o ferro.
Em relação aos profissionais entrevistados, 100% – exceto os nutricionistas – não sabem como funciona o programa. “O programa está muito concentrado nos nutricionistas. Não há uma co-participação entre os profissionais. Por isso que as capacitações são tão importantes”, disse Alice Teles, pesquisadora do Departamento de Nutrição da UFPB.

Durante o estudo, 749 crianças de 0 a 5 anos de idade foram medidas e pesadas e 5,6% delas apresentaram déficit de comprimento e estatura enquanto 2,2% estavam com o peso inadequado para a idade. As porcentagens estão abaixo da média do Nordeste, que é de 6%. “Isso mostra que a média do Nordeste em relação à desnutrição infantil está melhorando porque, na década de 90, essa porcentagem era de mais de 20%”, disse Eduardo.
Crianças acima do peso – Por outro lado, 17% das crianças analisadas estavam acima do peso ideal. Segundo Eduardo, esse dado reflete uma realidade nacional, que é o crescimento do número de crianças com peso em excesso. “Para resolver esse problema, os programas sociais do Governo Federal precisam incluir em suas ações, trabalhos educativos e de orientação”, afirmou.

A primeira etapa da pesquisa aconteceu no dia 9 de agosto de 2008, Dia ‘D’ da segunda etapa da campanha de vacinação contra a Pólio, quando foram realizadas entrevistas com as mães, além de pesagem e medição das crianças.
A segunda etapa, de agosto a novembro, incluiu entrevistas e trabalhos de grupo com os profissionais das unidades básicas de saúde, além de reuniões com os agentes comunitários de saúde.

Redução da mortalidade – O Programa Nacional de Vitamina A está inserido nas estratégias de combate as carências nutricionais e contempla crianças de 6 a 59 meses de idade e mulheres no pós-parto imediato (antes da alta hospitalar) que, por algum motivo, não conseguem ter uma alimentação que atenda às necessidades do organismo.

A vitamina A é fundamental para o crescimento e reduz em 23% a mortalidade infantil e, em 40%, a mortalidade materna. Também ajuda a reduzir a gravidade de infecções, como a diarréia e mantém a saúde da visão e dos olhos.
A deficiência da vitamina prejudica o crescimento e o desenvolvimento da criança, provoca dificuldade de enxergar no escuro (cegueira noturna), cegueira irreversível nas crianças, aumento da gravidade de infecções comuns, como a diarréia e infecções respiratórias e o aumento da mortalidade infantil.
 

Ascom

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