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Paraíba tem 19 empregadores na nova “Lista Suja” do trabalho escravo; e combate a escravidão é prioridade de nova procuradora

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Condições sanitárias insalubres e alojamentos precários. Retenção de documentos e ambientes degradantes. O trabalho em condições análogas à escravidão ainda é uma realidade da Paraíba. O Estado tem 19 empregadores na nova “Lista Suja” do trabalho escravo do governo. Os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) que atualizou, esta semana, o Cadastro de Empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão a chamada “Lista Suja”.

A nova publicação traz 19 registros da Paraíba, entre pessoas físicas e jurídicas, referentes a casos ocorridos entre 2020 e 2025.

De acordo com a Auditoria Fiscal do Trabalho, 147 trabalhadores foram resgatados nessas operações. As atividades com maior incidência de irregularidades foram pedreiras e construção civil, setores historicamente mais vulneráveis a esse tipo de exploração.

Os casos foram identificados em Campina Grande (8 registros), Cabedelo (4), Taperoá (3), João Pessoa (2), Tacima (1) e Serra Branca (1). Em todos os casos, os empregadores passaram por processos administrativos e tiveram direito à ampla defesa antes da inclusão no cadastro.

Em todo o Brasil, foram adicionados 159 empregadores no cadastro, o que representa um aumento de 20% em relação à última atualização. Desse total, 101 são pessoas físicas (patrões) e 58 são empresas (veja os empregadores paraibanos incluídos na lista ao fim da matéria).

Foto Ministério do Trabalho/Divulgação

Os empregadores envolvidos tiveram direito a defesa antes de terem seus nomes incluídos na lista, segundo o MTE.

A “lista suja” é um documento público divulgado semestralmente pelo Ministério do Trabalho, em abril e outubro, com o intuito de dar visibilidade aos resultados das fiscalizações do governo de combate ao trabalho escravo.

A nova procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho na Paraíba (MPT-PB), Dannielle Christine Dutra de Lucena, disse essa semana, que uma de suas prioridades é combater qualquer tipo de trabalho escravo no Estado.

“O Ministério Público do Trabalho tem atuações importantes na Paraíba, como o combate à exploração do Trabalho Infantil. Pretendemos, na nossa gestão, intensificar ainda mais esse trabalho e também atuar para a inclusão de grupos mais vulneráveis no mercado de trabalho formal, como pessoas com deficiência (PCDs) e mulheres vítimas de violência”, afirmou a nova procuradora-chefe do MPT-PB, Dannielle Christine Dutra de Lucena.

Essa iniciativa segundo ela, reforça a missão institucional do MPT de proteger os direitos dos trabalhadores e combater violações graves como o trabalho análogo à escravidão. 

Somente em uma operação 112 trabalhadores em condições análogas à escravidão, em obras de edifícios nas cidades de João Pessoa e Cabedelo, na Paraíba. De acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), o número de trabalhadores resgatados em 2025 soma o total de 225, um crescimento de 324% em relação à 2024.

Conforme o MPT, os resgatados trabalhavam em obras de oito empresas e vinham de pelo menos 20 municípios do interior da Paraíba e ainda dos estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro. Os trabalhadores eram mantidos em alojamentos precários, onde dormiam em beliches ou colchões no chão, em condições sanitárias insalubres.

Em uma das operações a procuradora do Trabalho Laura Valença, ressaltou que muitas vezes, as pessoas têm a ideia de que a escravidão contemporânea se confunde apenas com a situação de cerceamento de liberdade, seja por retenção de documento, seja por servidão por dívidas.

O que o MPT encontrou nessas operações, segundo ela, diz respeito a uma outra situação que também é de condição análoga à escravidão, que é exatamente essa condição degradante de trabalho que avilta a dignidade do trabalhador.

Severino Lopes

PB Agora

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