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Paleontólogo revela detalhes de escavações que encontraram ossos humanos de 1,6 mil na PB

Mais uma descoberta histórica. Épica e de um passado distante. Ossos de 12 humanos de 1,6 mil encontrados em Pocinhos, na Paraíba, dão pistas de como era a vida no território paraibano a milhares de anos atrás. As escavações contaram com a participação da equipe do paleontólogo e arqueólogo Juvandi de Souza,  do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia (Labap) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). O responsável pelas escavações foi o professor Flávio Moraes, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), em parceria com o arqueólogo Plínio Araújo Víctor.

Em contato com o PB Agora, o professor Juvandi revelou detalhes dos achados e como se deu toda a pesquisa arqueológica. Ele contou que a equipe passou vários dias escavando o sítio em busca de pistas que apontassem para a vida na Paraíba 1,6 mil anos atrás. Os ossos humanos provavelmente de povos indígenas foram encontrados há cerca de 4 anos, mas somente agora saiu a datação feita por um laboratório dos Estados Unidos.

“A nossa equipe participou desta escavação sim. Demorou para sair a datação porque é um trabalho caro, que exige muito investimento” explicou. Segundo ele, esta semana, o mesmo laboratório deve divulgar a datação de alguns cemitérios indígenas achados na Paraíba.

Os achados revelaram que povos indígenas do passado utilizavam afloramentos rochosos da região para sepultar seus mortos. O mais surpreendente nesta descoberta, diz o professor da Ufal, são as marcas de cortes nas extremidades dos ossos.

Entre a ossada, há 12 pessoas, sendo três adultos. Os ossos de indivíduos não adultos, inclusive bebês de 3 e 6 meses e crianças de 1, 2 e 6 anos, também apresentam marcas de corte de desmembramento, especialmente, nos ossos longos

A descoberta também mostra como era o padrão de sepultamento dos povos pré-históricos. Acredita-se que esse tipo de sepultamento era feito em abrigo sob rocha. Isso detona um cuidado com os mortos. Segundo eles, é como se fosse um ventre materno.

Na cosmologia deles, essas pessoas que se foram, não morrem, mas nascem para uma nova vida. Nada mais natural colocá-los num ambiente como uma representação do ventre materno. Em outros sítios, a gente encontra indivíduos em posição fetal.

Esse é um tempo pré-histórico, quando havia muitos povos caçadores e coletores. Existia uma diversidade de povos gigantes, de culturas distintas.

Recentemente a equipe do professor Juvandi encontrou um sítio arqueológico de arte rupestre no Sítio Tanques, localizado na zona rural de Frei Martinho, Seridó do estado.
Ele acredita que as gravuras são de povos coletores, caçadores e pescadores da pré-história. Nas imagens, os pesquisadores usaram giz para realçar o local onde estão os achados arqueológicos.

A mesma equipe do paleontólogo e arqueólogo, também escavou e encontrou alguns achados arqueológicos no Sertão da Paraíba. Segundo ele, o material arqueológico pode mudar a história do Estado, pois revela que os povos “Tupis” também habitavam na região do Sertão, e não apenas no Litoral como contam os livros de história.

Foram descobertas panelas, grandes panelas de barro, e urnas funerárias que revelam a forma como os tupis sepultavam seus mortos, eles aproveitavam os recipientes velhos que eram usados para cozinhar, guardar água ou comida.

SL
PB Agora

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