Moisés preparou Josué por anos para ser seu substituto, Elias trabalhou na vida de Eliseu por um longo período para que o substituísse. Ponha atenção, pois estamos falando do período do governo teocrático de Deus, ou seja, onde o Soberano Senhor dava ordens absolutas de cima para baixo, onde não tinha que pedir opinião a sua congregação, Israel, quanto ao que teria de fazer ou não.
Na verdade, em nossos dias, Deus continua trabalhando através da teocracia (governo e comandos centralizado Nele), porém, hoje Ele leva em consideração e respeita o período do governo dos homens sobre a terra e os deixa administrar certas áreas com uma liberdade mais extensa. É nesse período dispensacional que estamos inseridos, onde o livre arbítrio é mais elástico, ainda que tenhamos que prestar-lhe contas.
Isso serve para administração eclesiástica (igrejas), como também para as outras áreas do comando humano. Onde quero chegar? O mundo evangélico brasileiro foi tomado de surpresa neste domingo, com o anúncio feito desde o seu púlpito, na Igreja Batista de Alagoinhas (Belo Horizonte), pelo seu Pastor principal, Márcio Valadão, de que estaria, depois de 50 anos de frutífero ministério, entregando o pastorado nas mãos de um dos pastores assistentes por nome Flavinho.
A congregação (ovelhas e visitantes), foi tomada de surpresa e só Deus sabe como reacionou o coração de cada uma delas, por certo, a adrenalina subiu em algumas, e as lágrimas banharam muitos rostos. Nem mesmo a sua esposa, Renata Valadão, que caminha ao lado do mesmo nesses cinquenta anos de ministério, foi poupada pelo Pr. Marcio, no fator surpresa. Com certeza, o restante da família passou pelo mesmo constrangimento. Com todo respeito e admiração que tenho pelo Pr. Márcio Valadão, faltou-lhe usar discernimento, amor e compaixão, para com milhares de ovelhas suas e principalmente com sua família, que é o que temos de mais sagrado na terra, depois de Deus.
Ao analisar o vídeo de despedida, você sente que as ovelhas pararam de comer, levantaram suas cabeças em direção ao seu líder e por certo lhes faltou apetite para continuar nos verdes pastos, onde estão acostumadas a saborear deliciosas comidas espirituais. Pr. Márcio Valadão atuou desde o púlpito com o seu costumeiro modo clássico no falar, como é de seu costume, até na suavidade de sua voz, porém, a atitude tomada, teve cara de ditatorial. O mesmo não pronunciou essa frase, porém, dá para entender o recado: aqui quem manda sou eu. Está determinado que o Pastor que me substitui é o Flavinho. Em outras palavras, ele dá a entender que a congregação e a diretoria não tem voz, nem opina em sua administração. Espero que tudo caminhe em seu curso normal e que não venha contratempo com essa mudança de cara arbitrária.
Que o ministério frutífero de Alagoinhas continue dando frutos ao Reino de Deus na terra, como tem feito até agora. Posso estar enganado, porém, não senti vibração por parte do auditório com a apresentação surpresa feita pelo Pr. Márcio Valadão, no anúncio de seu substituto. Espero ser só um sentir de minha parte. Líderes que venham a ler esse texto, preparem-se para as mudanças futuras em seus ministérios, quer seja na área eclesiástica, ou secular.
Preparemo-nos bem para o momento em que tenhamos de passar o cajado, ou seja, o comando, caso contrário, consequências indesejáveis e imprevisíveis poderão acontecer. Hoje mesmo, o Pr. André Valadão, da Flórida, Estados Unidos, diz que chamou seu pai, Pr. Márcio Valadão, para saber o que estava acontecendo. O pai por telefone declara que o filho a partir de agora, será o presidente mundial da Igreja da Lagoinha. Essa afirmação tem cara de prêmio de consolação. Na verdade, não sabemos o que Deus tem a fazer de renovação dentro desse ministério. Num ministério tão gigante como esse, as coisas não devem ser resolvidas aleatoriamente. Está faltando noção e alinhamento em alguma área ou em várias dessas: “quebra cabeça, Lagoinha”. Só peço a Deus que não haja prejuízo nessa obra que tem rendido tantos frutos ao Brasil e ao mundo!
Pr. Elcio Nunes
