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OPINIÃO: Queda do letreiro e o fim de um império financeiro

A história da humanidade é marcada pela ascensão e queda de grandes impérios e civilizações. Foi assim com os Impérios Romano, Egípcio, Babilônico, Persa, Otomano, e Grego Romano. E cada um desses impérios é marcado por feitos extraordinários: Os egípcios por exemplo, construíram grandes pirâmides, os romanos construíram o Coliseu; os Babilônicos, grandes construções que impressionaram. Todos ruíram.

O mesmo aconteceu com as civilizações, Maia, Incas e Astecas, as mais desenvolvidas das Américas, do ponto de vista material, mas que também um dia caíram.

Anos depois das civilizações e impérios, um outro império econômico ruiu de vez. Um império moderno, não erguido por pedras, tijolo e cimento, mas que também teve suas fragilidades.

A retirada do letreiro da Braiscompany, nesta quinta-feira (17), no prédio localizado nas margens do Açude Velho em Campina Grande, marca fim de império investigado por fraude de R$ 2 bilhões. O prédio, já sem o brilho dos grandes letreiros luminosos, está sendo desocupado. E devolvido ao dono. A retirada do letreiro que ostentava na fachada e representava o poderio do grupo, mostra que a o império se desmanchou de vez.

A “pirâmide moderna”, começou a ruir, após a Justiça determinar o bloqueio dos ativos financeiros e os veículos de propriedade da Braiscompany e dos sócios, Antônio Inácio da Silva a Fabrícia Faria Campos. Ao todo, a Justiça pediu o bloqueio de R$ 45 milhões de contas da empresa e dos sócios, cautelarmente.

O fim da empresa suspeita de construir uma pirâmide com criptos, aconteceu no dia de mais uma fase da investigação desencadeada pela Polícia Federal, a Operação Select II, que cumpriu um mandado de busca em São Paulo, o letreiro da empresa foi retirado do local. A 3ª operação da PF mirou na suposta prática de lavagem de dinheiro e de crime contra o sistema financeiro por parte de colaboradores da empresa. Um mandado de busca foi cumprido em São Paulo.

A PF investiga uma movimentação financeira de R$ 2 bilhões feita pela Braiscompany em criptoativos. A Operação Select IIF foi um desdobramento da Operação Halving, que investiga a empresa paraibana de criptoativos Braiscompany, com sede em Campina Grande.

A Braiscompany construiu um grande império de criptomoedas, e passou a ser investigada por suposto crime financeiro com suspeita de atraso de pagamentos de locação de ativos digitais para clientes. Uma avalanche de denúncias feitas nas redes sociais deram início ao caso, que desde o dia 6 de fevereiro passou a ser investigado também pelo Ministério Público da Paraíba.

Os clientes convertiam seu dinheiro em ativos virtuais, que eram “alugados” para a companhia e ficavam sob gestão dela pelo período de um ano. Os rendimentos dos clientes representavam o pagamento pela “locação” dessas criptomoedas.

A empresa fundada por Antônio Inácio da Silva Neto, já foi alvo da Operação Select I, que teve o objetivo de apreender evidências de organização criminosa voltada para os crimes apurados, em endereços ligados aos sócios e gerentes. E Operação Halving, que teve o objetivo de combater crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais.

Ação – Em meio a queda do “império”, o  Ministério Público da Paraíba (MPPB0 ajuizou, uma ação civil pública, junto à 11ª Vara Cível de João Pessoa, contra o grupo econômico da Braiscompany, formado por seis empresas, além de seus sócios administradores, Antônio Inácio da Silva Neto, conhecido como Antônio Ais, e Fabricia Farias Campos.

O MPPB requereu a manutenção das medidas já solicitadas e deferidas em ação cautelar e já deferidas e fez novos pedidos, incluindo a desconsideração da personalidade jurídica das empresas, a reparação integral dos danos causados aos consumidores individuais já identificados e outros identificáveis de acordo com com valores aplicados na celebração de contratos e a condenação por dano moral.

Severino Lopes
PB Agora

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