É notório que a federação entre Cidadania e PSDB em âmbito nacional trará desdobramentos mais impactantes na Paraíba, onde os dois partidos terão candidato ao Governo do Estado, sendo um situação e outro oposição. Tanto o governador João Azevêdo (Cidadania) quanto o deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) já avisaram ser inviável a permanência dos dois em um mesmo time e que, se a federação se consolidar, ou sairá João ou sairá Pedro. Nesse cenário João se encontra em uma verdadeira sinuca de bico, pois tem prós e contras seja para qual decisão tomar.
Se permanecer no Cidadania, teria o comando do bloco, mas não poderia apoiar o ex-presidente Lula (PT), visto que a federação está sendo realizada justamente com o intuito de apoiar a pré-candidatura de João Dória (PSDB) para presidência, postulação essa já abraçada pelos tucanos no estado.
Se voltar a se filiar ao PSB, terá como entrave a fusão do partido com o Partido dos Trabalhadores, que filiou o ex-governador Ricardo Coutinho (PT) recentemente em seus quadros político e tem como uma das metas elegê-lo senador. Na Paraíba, Ricardo e João hoje são adversários políticos e uma chapa com os dois é carta fora do baralho.
Na terceira opção aparece para João a possibilidade de se filiar ao PSD do presidente Gilberto Kassab, partido este que na Paraíba tem o ex-prefeito Romero Rodrigues (PSD) e ainda o prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (PSD). Essa opção pode ser a mais viável e, inclusive, pode já está sendo articulada nos bastidores, porque até agora Romero não disse publicamente que apoiaria Pedro para o Governo. Ele tem deixado a decisão para posteriori, assim não poderá dizer que mudou de discurso quando os fatos começarem a se concretizar.
No final da linha há ainda a possibilidade de o governador se filiar ao MDB, mas o senador Veneziano Vital do Rêgo, ao que parece, não fez o convite nem acena para fazê-lo. O parlamentar conversa com os seus aliados e deve decidir até 31 de janeiro qual rumo vai seguir. Veneziano tem chance de disputar o Governo com a garantia de permanecer no mandato até 2026, assim como aconteceu com Cássio Cunha Lima (PSDB), que disputou o mandato em 2014, perdeu e continuou senador até 2018. O problema foi que quando voltou a disputar a reeleição para o Senado acabou perdendo na quarta colocação.
No fim, João tem prós e contras para decidir seu destino partidário, restará a ele fazer o cálculo para avaliar qual gerará mais bônus do que ônus.
Márcia Dias
PB Agora