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Opinião: deixar de tomar a vacina contra a Covid-19 com base no “melhor” laboratório é loucura

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A atual pandemia de COVID-19 é uma boa hora para lembrarmos e refletimos sobre outros momentos decisivos na saúde pública brasileira. A História sempre nos traz lições importantes. Um desses momentos foi o começo do século XX, quando ocorreram no Rio de Janeiro epidemias de febre amarela, peste bubônica e varíola. Foram nesses anos que se destacou o então jovem médico Oswaldo Cruz, que teve um papel decisivo para a erradicação das três doenças.

Após sua formação médica, que incluiu dois anos em Paris estudando microbiologia, soroterapia e imunologia, no Instituto Pasteur, e medicina legal no Instituto de Toxicologia, Oswaldo Cruz foi diretor técnico do Instituto Soroterápico Federal, na Fazenda Manguinhos. Pouco tempo depois, em 1903, foi nomeado pelo presidente Rodrigues Alves para o importante cargo de Diretor-Geral de Saúde Pública.

Nesse período enfrentou os seus maiores desafios. Para combater a epidemia de peste bubônica, empreendeu uma série de medidas que incluíram o isolamento de doentes, notificação compulsória de casos positivos, captura de vetores, além de uma larga campanha de saneamento, que reduziu a incidência de ratos (cujas pulgas transmitiam a peste). O resultado foi uma diminuição drástica dos casos na cidade.

No combate à febre amarela, novos obstáculos. A maioria da população (inclusive boa parte dos médicos) acreditava que a doença era transmitida pelo contato com o sangue, suor e secreções, por isso eram realizadas desinfecções nas roupas e casas dos doentes.

Oswaldo Cruz tinha outra teoria, que se confirmou verdadeira: o vetor de transmissão era um mosquito. Com isso, parou de realizar as desinfecções e focou todas as energias das brigadas sanitárias na eliminação de focos de mosquito em casas, ruas, jardins e quintais. Mesmo com violenta reação contrária da população, as medidas foram um sucesso e reduziram o número de casos de febre amarela.

Mas foi em 1904 que Oswaldo Cruz enfrentou sua maior oposição. No meio de um devastador surto de varíola, o sanitarista convenceu o presidente Rodrigues Alves a decretar a vacinação obrigatória de toda a população. Foi o estopim para o fato histórico que ficou conhecido como a Revolta da Vacina. Jornais foram contra a medida, o Congresso questionou, a população se rebelou pelas ruas e a Escola Militar da Praia Vermelha também protestou contra o que consideravam uma medida autoritária do governo.

A rebelião durou uma semana e foi vencida pelo Governo. Mas Oswaldo Cruz acabou derrotado: Rodrigues Alves ouviu a população e a vacinação deixou de ser obrigatória. Mesmo assim, com a ampla imunização dos habitantes do Rio, em poucos anos a varíola foi praticamente erradicada. Alguns anos mais tarde, em um novo surto da doença, foi a população que buscou os postos de vacinação por conta própria enfermidade.

Quadro atual

E agora, com todas as problemáticas envolvendo o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que desprezou a vacina e apostou em métodos “científicos” pouco ortodoxos, como receitar a cloroquina para minimizar os efeitos da pandemia, eis que mais de meio milhão de brasileiros perderam a luta contra a Covid-19.

Os danos

E nesse momento, ainda politizando qual a maior eficácia das vacinas disponíveis no mercado, solta o presidente – para muitos um genocida – que o laboratório A é melhor que o B no que diz respeito à eficácia do imunizante. Resultado? A massa segue o líder. Basta observar Stalin, Hitler, Napoleão, Genghis Khan e outros tantos.

Parte do povo brasileiro rejeita doses de algumas vacinas, fabricadas por determinados laboratórios, inclusive seus insumos. Buscam, muitos, as “receitas” via fake news. Em sua maioria tais “notícias” são paridas no chamado gabinete do mal, ou paralelo, cujo clã Bolsonaro domina. E se a vacina vem de um país comunista – falo da China – não presta. Ela tem que vir – mesmo com preço majorado – do Ocidente. E dane-se o mundo que eu não me chamo Raimundo.

Com ou sem Raimundo, a vacina salva

Bem, não sou Raimundo, muito menos vou mandar essa pessoa se “danar”. E mando sim! Mando se danar o negacionismo e salientar que a imprensa tem papel fundamental na informação de qualidade. Se uma determinada vacina é fabricada em um país comunista ou não, importante é seu resultado. E todas as disponíveis no Brasil foram amplamente analisadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). E isso não é fake news!

Não há o que temer

Então não há o que temer. As vacinas são eficazes e deixar essa importante defesa na cabeceira da estupidez é loucura. Ao ir no seu local de vacinação, tome aquela disponível. A queda no índice de mortos e infectados em todo o Brasil vem sendo reduzida de forma acelerada. Deixar de tomar o imunizante é loucura. Não importa o laboratório. O belo é manter-se vivo e partir na hora que o trem da vida parar.

PB Agora
com informações do Centro Cultural do Ministério da Saúde

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