A Polícia Civil revelou, nesta segunda-feira (8), que uma organização criminosa especializada em aborto clandestino tinha atuação também em João Pessoa, segundo a Operação Aurora, deflagrada inicialmente pelo Rio Grande do Sul. A investigação aponta que o grupo vendia ilegalmente medicamentos controlados e realizava acompanhamento remoto durante o procedimento, oferecendo orientações às mulheres por meio de redes sociais e aplicativos de mensagem.
De acordo com a delegada responsável, mais de 250 mulheres faziam parte do esquema, que operava com a venda do medicamento Misoprostol (Cytotec), utilizado ilegalmente para interromper gestações. O lucro obtido pela quadrilha é considerado expressivo pela polícia.
A operação ocorreu simultaneamente em diversos estados, incluindo Paraíba (João Pessoa), além de Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Minas Gerais e Distrito Federal.
A investigação começou após um caso registrado no Rio Grande do Sul, quando uma mulher procurou atendimento médico sentindo fortes dores depois de ter comprado o medicamento pela internet. Ela relatou ter recebido instruções virtuais e sido incluída em um grupo chamado “Sinta-se acolhida”, onde eram repassadas informações sobre interrupção da gravidez.
A polícia agora busca identificar os responsáveis pela comercialização e pelos atendimentos clandestinos, além de apurar a origem do medicamento, cuja venda é proibida e restrita ao uso hospitalar.








