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ONG da Paraíba alerta sobre alta incidência de mortes de tartarugas marinhas

 A Paraíba está prestes a bater um infeliz recorde: o do aparecimento de tartarugas marinhas mortas em seu litoral. Em menos de um mês, 32 animais já foram recolhidos pela equipe de voluntários da ONG Guajiru nas praias que recortam o estado. A organização realiza um trabalho de proteção das áreas de alimentação e reprodução desses répteis, e por isso acaba também se deparando com a morte prematura da espécie.

Segundo a bióloga e responsável pela ONG, Rita Mascarenhas, o índice é considerado bastante alto, principalmente por se levar em conta que a média histórica da região é de 100 ocorrências desse tipo por ano. A bióloga ainda atesta que, entre as principais causas da morte de tartarugas na área estão a captura acidental por rede de pesca e a ingestão de lixo jogado pelas pessoas nas praias. “Já encontramos no estômago do animal até mesmo rótulos de produtos escritos em outras línguas, como japonês e inglês. Isso mostra que, uma vez que é lançado no mar, o lixo tem um poder de destruição global”, alerta.

Cada animal que é encontrado morto nas areias paraibanas passa por necropsia, que é feita pela própria bióloga. Depois, os restos mortais são enterrados pelos voluntários da ONG, que mantém o registro de todas as ocorrências. Como é a única espécie que desova no litoral da Paraíba, a Tartaruga de Pente é a mais ameaçada. Ela já figura, inclusive, nas listas de animais em risco de extinção.

Principais causas de morte de tartarugas marinhas no Nordeste:

– Captura acidental por redes de pesca;
– Roubo dos ovos para alimentação humana;
– Matança pela carne;
– Urbanização das praias;

TRABALHO PREVENTIVO – Ao longo do ano, a ONG Guajiru realiza diversas atividades permanentes de preservação ambiental. Dentre elas, destacam-se a proteção aos ninhos de tartaruga desovados na areia do litoral paraibano, o nascimento assistido dos filhotes dessas tartarugas, e a realização de palestras e campanhas educativas junto aos turistas, moradores e frequentadores das praias urbanas da capital.

Todos os dias, o primeiro trabalho da equipe é o de vistoria e cercamento dos ninhos, para evitar que banhistas pisem acidentalmente e acabem destruindo os ovos. Já à tarde, no período de desova, é realizada a chamada cesariana de areia. Consiste na antecipação do nascimento das tartaruguinhas para o período vespertino, evitando que o casco rompa à noite, quanto a orla está iluminada, e que as recém-nascidas acabem sendo atraídas pela luz do asfalto e, consequentemente, atropeladas por carros e pedestres.

Segundo a bióloga, em quase 11 anos de existência a ONG é responsável pelo nascimento de 120 mil filhotes de tartarugas; formação de 150 voluntários, 8 mil palestras de conscientização realizadas e 10 crianças alfabetizadas, através de outro braço do projeto que visa contribuir com a educação de crianças em situação de vulnerabilidade social.

Atualmente, o grupo conta com sete voluntários, além de Rita, que tem dedicação exclusiva à Guajiru. Para manter as atividades, a ONG vende produtos com a logo do projeto em uma lojinha fixada na sede da ONG, localizada na Avenida Litorânea, S/N, no Bar do Surfista. Quem quiser fazer parte da equipe ou contribuir com o trabalho da organização pode entrar em contato através do (83) 9129-7496. O mesmo número pode ser utilizado para acionar o SOS Tartaruga.

 

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NE10

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