Os delegados de Polícia Civil do Estado da Paraíba decidiram, após assembléia realizada na noite de ontem (03), na sede da Ordem dos advogados do Brasil, em Campina Grande, retomar o movimento grevista na próxima segunda-feira (09), caso o governo do estado não sinalize positivamente sobre as reivindicações da categoria.
Após reunião realizada na última segunda-feira (02), a Associação de Defesa das Prerrogativas dos delegados divulgou nota à imprensa expressando a insatisfação com relação a demora no entendimento entre as partes.
Segundo o presidente da associação, Afrânio de Britto, a categoria decidiu em assembléia que caso as negociações não avancem ou a reunião marcada para a próxima segunda-feira (04) seja cancela, o movimento grevista será retomado imediatamente.
“Caso as negociações não avancem, deixaremos o Palácio do Governo já em greve”, disse Afrânio.
“ Se por ventura a reunião for cancela, o movimento será retomado imediatamente”, completou.
Os delegados de Polícia Civil na Paraíba lutam por melhores salários e condições de trabalho.
Thiago Moraes
PB Agora
Confira a nota divulgada pela Adepdel após reunião com o governo
É com muito respeito e consideração que informamos o teor do que fora discutido no dia de ontem nas dependências do Palácio do Governador, tendo em vista que após a referida reunião, a categoria dos delegados de polícia civil desse estado encontra-se estarrecida e decepcionada com a morosidade no andamento das negociações, para não falar em estagnação.
Há 20 vinte dias a categoria publicamente suspendeu o movimento paredista tendo em vista que o governo havia sinalizado no sentido de demonstrar sensibilidade ao nosso pleito, justificando-se na justeza das reivindicações. Ocorre que durante esse lapso temporal a ADEPDEL, representada nas pessoas de seus diretores e vices, compareceram diariamente e diuturnamente nas Secretarias de Administração e de Finanças, conseguindo contato pessoal apenas com os Secretários Eitel Santiago e Gustavo Nogueira, vindo esse último a sinalizar no sentido do consentimento dos nossos pleitos, todavia, chegando a um valor não idêntico, contudo, aproximado.
Na noite anterior a reunião foi decepcionante, tendo em vista que apesar de decorridos 20 dias, a equipe econômica não nos trouxe sequer um valor, ou um percentual no sentido de publicizar o impacto que porventura pudesse gerar nos cofres públicos, estando na posse apenas, dos dados informados e solicitados por nós reivindicantes, proposta essa já conhecida por toda a categoria, imprensa e sociedade.
Iniciada a reunião, momento em que o Governador afirmou mostrar-se sensível com a categoria e dada a palavra aos membros da ADEPDEL a conclusão foi de que não houve nenhuma evolução nas negociações, já que não demonstração de contra-proposta, ainda por cima, houve declarações públicas de que o referido seria para discutir a suspensão do corte de ponto, pauta essa já decidida judicialmente o que fez com que a categoria nem sequer a mencionasse.
Além da decepção com a falta de interesse e o descompromisso com o nosso respeito com a sociedade, nos sentimos desrespeitados, desapontados e humilhados, após ouvir do próprio gestor público, o Sr. Governador Cássio Cunha Lima, ratificando as palavras do Secretário de Segurança que a categoria que quisesse ganhar um valor acima do estabelecido fizesse concurso para carreira diversa, dando a entender que pessoas qualificadas só devessem ser afetos aos fóruns ou procuradorias que defendem interesses do estado e não à uma sociadade que clama por justiça, por atenção e seriedade da condução de procedimentos que lidam com um dos bens jurídicos mais importantes: a liberdade.
Enfim, não sabemos ao certo qual o interesse do estado, se é acabar de uma vez com a carreira de Delegado ou de continuar tratando pessoas qualificadas, honestas, de elevado nível cultural, fortes e capazes de enfrentar de modo belicoso a criminalidade que tanto assusta a todos e sem dúvida é o maior problema enfrentado nesse estado. Existe, na verdade, uma inversão de valores, já que somos os Delegados mais mal pagos do país, o déficit e êxodo dos referidos profissionais é de alto índice, o que demonstra explicitamente a falta de compromisso para com a sociedade.
Por fim, a conclusão foi a de que não houve nenhuma evolução na conversa, deixando cerca de cinqüenta delegados que aguardavam ansiosamente na frente do palácio desapontados, revoltados e marcando desde já uma nova assembléia para o dia de hoje, às 19hs na OAB de Campina Grande.
Atenciosamente,
Diretoria ADEPDEL.