Em seu primeiro compromisso público após anunciar a pré-candidatura à Presidência, neste domingo (7), o senador Flávio Bolsonaro participou de um culto evangélico em Brasília e surpreendeu ao dizer que pode não levar o projeto até o fim.
“Tem uma possibilidade de eu não ir até o fim. Eu tenho um preço para isso. Eu vou negociar”, afirmou, cercado por apoiadores. Questionado se essa negociação teria ligação com a votação da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, o senador respondeu com ironia: “Tá quente, tá quente”, evitando aprofundar o assunto.
Reação na direita e baixo índice em pesquisa
Nos bastidores do Centrão, o anúncio de Flávio foi tratado como um “balão de ensaio”, expressão usada para medir a receptividade da ideia. Embora tenha dito que recebeu “uma missão” para dar continuidade ao projeto da família, o movimento gerou desconforto em setores da direita que preferem nomes considerados mais competitivos, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Levantamento Datafolha divulgado neste domingo mostra que apenas 8% dos entrevistados veem Flávio como o melhor nome para representar o conservadorismo em 2026. Entre as opções com maior aceitação aparecem Michelle Bolsonaro e Tarcísio.
Rodada de articulações
Flávio inicia nesta segunda (8) uma agenda de conversas com líderes do Centrão, incluindo Valdemar Costa Neto (PL), Ciro Nogueira (PP) e Rogério Marinho (PL). Na terça, pretende visitar novamente o pai — preso e acompanhando as negociações à distância — para discutir os próximos passos.
Mercado reage negativamente
O anúncio da pré-candidatura provocou reação imediata do mercado financeiro, que recuou na sexta-feira. O senador classificou a resposta como “natural”, mas atribuiu a queda a uma avaliação precipitada.
Ele defendeu que, com maior exposição, os investidores conhecerão “um Bolsonaro mais centrado, que conhece Brasília e quer pacificar o país”.
Entre articulações, resistência interna e a declaração sobre ter “um preço” para recuar, Flávio Bolsonaro dá início à pré-campanha tentando provar a aliados, eleitores e ao mercado que permanece competitivo — mesmo enquanto admite a possibilidade de sair de cena.
As informações são da Veja








