Anunciado pela Gerência Regional da Cagepa, o secretário de Recursos Hídricos do Estado, João Azevedo, para 26 de agosto, o fim, do racionamento em Campina Grande e nos outros 18 municípios abastecidos pelo açude Epitácio Pessoa (Boqueirão), tem gerado polêmica.
O especialista em recursos hídricos Isnaldo Cândido opinou sobre a decisão do fim do racionamento anunciado nessa terça-feira, 8, pelo secretário João Azevedo.
Em entrevista a Rádio Campina FM, ele disse que o governo , deveria ter tido um pouco mais de cautela para a suspensão, pois era preciso levar em consideração a diminuição da vazão, os barramentos e desvios ao longo do rio Paraíba, e a evaporação, que deve ser maior nos próximos meses que é quando a estação será mais quente.
– Eu esperaria um pouco mais, deixaria entrar setembro para ver se o Ministério da Integração iria aumentar esse volume ou não. Diante de um quadro de redução, onde vamos ter os próximos meses de insolação e evaporação alta, precisaria de um pouco mais de cautela. Passar pelo que passamos com esses anos de seca, e por mais que tenha chovido bem no Estado, os açudes não tiveram sua recuperação no aporte hídrico – disse.
Com relação a uma possível decisão política para o fim do racionamento, Cândido disse que prefere acreditar que tenha sido do ponto de vista técnico.
– Eu prefiro não entender que tenha conotação política. Nós precisamos que as pessoas tenham racionalidade, que mesmo diante das dificuldades que passamos é preciso ter essa parte bastante alicerçada. Obviamente que a Cagepa é um órgão responsável pelo abastecimento, é quem dita as normas, e como é instituição do governo que faça o procedimento. Agora, que escute a população e veja as ansiedades – disse.
Ação – O vereador governista Sargento Neto, considerou precipitada a decisão do governo de anunciar o fim da racionamento, e ameaçou acionar o Ministério Público. Para ele, o racionamento só deveria terminar quando o açude Epitácio Pessoa, tivesse uma maior reserva de água acumulada.
– Achamos precipitada essa ação tomada em Campina Grande pelo secretário de Infraestrutura. Ainda é muito cedo para finalizar o racionamento de nossa cidade, pois o açude se encontra aproximadamente com 8% de sua capacidade. Precisamos ter uma segurança hídrica, para que não soframos durante mais alguns anos. Iremos entrar com ação no Ministério Público para que o fim do racionamento não seja iniciado– concluiu.
A notícia de que a Cagepa definiu o fim do racionamento de água em Campina Grande para o dia 26 de agosto pegou os vereadores campinenses de surpresa. A maioria é contra a antecipação do fim do racionamento.
Falando pela maioria, a presidente Ivonete Ludgério (PSD) declarou que a Câmara Municipal de Campina Grande é contra o término do racionamento nesse momento, em que o Açude Epitácio Pessoa ainda possui um volume baixo e não garante segurança hídrica para Campina Grande e os demais municípios abastecidos por ele.
PB Agora
