A passagem do ciclone Kenneth no extremo norte do Moçambique, deixou um rastro de destruição no país africano. O ciclone Kenneth, que atingiu a costa de Moçambique na quinta-feira (25), já deixou 38 mortos, e afetou mais de 168 mil pessoas. A maior parte do estrago foi na cidade de Pemba, capital da província de Cabo Delgado, no nordeste do país, a cerca de 2,5 mil km da capital, Maputo.
Um padre Passionista que atua em Campina Grande na paróquia Santíssima Trindade, integra una comissão de realiza missão humanitária no país devastado pela fúria do Kenneth, Padre Chagas viajou na semana passada acompanhado dos padres Passionistas Fernando e Leudes, Provincial superior da Congregação, para levar ajuda e assistência as populações das áreas atingidas pelas tempestades. Na cidade africada eles se encontraram com dom Luis Fernando Lisboa, bispo de Pemba que tem acompanhado de perto o drama e o sofrimento dos africanos.
O padre Chagas e demais religiosos encontraram um cenário desolador. As marcas da destruição estavam em toda a parte. Chove sem parar torrencialmente já fazem quatro dias. Muitas famílias perderam suas casas, pessoas perderam a vida, populações e cidades estão isoladas.
Em contato com o PB Agora, Padre Chagas relatou na manhã desta terça-feira (30), a situação dramáticas das populações atingidas pelas tempestades. Os ventos muito fortes atingiram as regiões do norte do país, de modo particular nas regiões entre Pemba e Mocimboa. As chuvas não dão trégua. Na manhã desta terça-feira os missionários passionistas visitaram algumas comunidades que tentam reconstruir as suas vidas, após a passagem devastadora do Kenneth. Só deu tempo a equipe entrar em casa que a chuva voltou forte.
Segundo ele, muitas pessoas abandonaram as suas casas porque existe a possibilidade de haver terremoto no local.
“Segue chovendo desde a semana passada. Hoje a chuva deu uma pequena parada a gente foi visitar as populações. Agora a população assustada porque existe uma propagação que pode haver terremoto e com isso muitas pessoas abandonaram as casas acreditando”, contou.
Dom Luiz Fernando Lisboa também relatou o drama do povo de Moçambique. Segundo ele, o Ciclone chegou, mas mudou de rota e atingiu praticamente toda a nossa Província de Cabo Delgado.
Ele contra que a missão passionista na África fez muita prevenção e preparação, inclusive evacuando as pessoas das áreas de risco. Com isso, foram evitadas muitas mortes. Houve muita destruição material: casas, telhados, cercas, árvores e postes caídos… Muitas escolas, casas, lojas, repartições destelhadas… Nos distritos mais atingidos, muita desolação:
Em Macomia a força do vento arrancou o teto igreja, da casa dos padres e escola da missão e muitas casas foram destruídas. Em Ibo, cerca de 90% das casas destruídas. O ciclone já perdeu a intensidade, mas ainda restam dois ou três dias de chuvas acima da média, o que pode ocasionar inundações.
"Estamos em alerta total. As orações de todos está sendo muito importante!. O quadro é desolador: árvores caídas em todo o trajeto, sobretudo entre Ancuabe e Macomia. A chegada em Macomia é triste de se ver: postes, árvores, casas caídas… muitas e muitas perdas materiais. O povo assustado, quase sem acreditar no que lhes aconteceu. Muitas aldeias próximas da costa desse Distrito estão sem energia e sem comunicação, o que nos impede de saber sua situação real…Todos unidos em oração e ação para diminuir o sofrimento do nosso povo, Povo de Deus. Deus nos abençoe!" relatou.
Na semana passada Moçambique foi atingida por um novo furação, o Kenneth. Ventos muito fortes atingiram as regiões do norte do país, de modo particular nas regiões entre Pemba e Mocimboa.
O ciclone é o segundo que atinge Moçambique em menos de dois meses. O Idai, que chegou à costa do país em 14 de março, deixou mais de 600 mortos no país, ultrapassando mil em toda a região – Malaui e Zimbábue também foram atingidos. 700 mil hectares de plantações foram destruídos.
A região da cidade moçambicana da Beira, a segunda maior do país, foi a mais atingida pelos ventos e pelas severas inundações. Milhares de pessoas ficaram desabrigadas.
Severino Lopes
PB Agora
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