A publicação enigmática feita pelo deputado federal Romero Rodrigues (Podemos) nas redes sociais, nesta terça-feira (16), abriu caminho para uma série de interpretações políticas nos bastidores do partido. Após a repercussão, o parlamentar comentou o assunto durante entrevista à rádio CBN João Pessoa nesta quarta-feira (16), mas não deixou claro para quem teria direcionado a mensagem.
“Eu não coloquei nome, não coloquei CPF na publicação, mas nós não podemos permitir que o Podemos seja usado como barriga de aluguel”, declarou.
Ao tratar da temática, Romero lembrou o episódio em que perdeu o comando do PSD na Paraíba, três dias antes do prazo final eleitoral, fato que classificou como um “golpe”.
“Eu fui vítima, todo mundo sabe, a Paraíba sabe, e foi um momento muito doloroso para mim, enquanto presidente do PSD na época. Trabalhei intensamente, tentando buscar fortalecer o partido no Estado inteiro. Andei pelos quatro quadrantes da Paraíba, tentando buscar pré-candidaturas a deputados federal, tentando construir também um bloco de candidatos a deputados estadual, faltando absolutamente três dias, eu fui abruptamente, sem nem ser informado, retirado da presidência do partido PSD”, criticou.
Diante desse histórico recente, o parlamentar criticou tentativas de utilizar o nome do Podemos em um movimento semelhante para as eleições 2026.
“Eu acho até um cinismo alguém querer ficar usando o nome do partido sem ter nem sequer definição nenhuma para, mais uma vez, quem sabe, usar o partido com barriga de aluguel. Então, barriga de aluguel, jamais. Também não quer impor isso a quem quer que seja, porque nós temos que deixar que a população paraibana, os eleitores da Paraíba, decidam sobre seus destinos. Se não, a gente ficar tentando aliciar todos os partidos para ganhar sem precisar da eleição”, condenou.
Por fim, Romero ainda afirmou que nenhuma decisão sobre 2026 será tomada de forma isolada.
“Nem eu, nem Ruy, nem o deputado Léo, ninguém vai decidir isoladamente, não existe dono em nenhum partido. Eu não sou dono, o deputado Ruy não é, o deputado Léo não é, embora o pai do deputado Léo, o querido Senador Marcone Gadelha, é o presidente do partido no estado, mas a nossa decisão será exclusivamente de forma colegiada. Ninguém tem esse poder, absolutamente, de decidir isoladamente. E aí nós vamos tentar refletir em tudo o que será melhor para fortalecer o partido”, concluiu.
Publicação enigmática
A publicação que deu origem à polêmica dizia: “Ao que me consta, o nosso partido, o Podemos, não está à venda. A dignidade não tem preço!!!!” A mensagem surgiu em meio a um período de indefinição no partido, que ainda discute possíveis alianças para o Governo do Estado em 2026. Romero é aliado do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), mas seu posicionamento para a disputa majoritária continua em aberto.
PB Agora
