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Apenados trabalham na manutenção de escolas estaduais da Capital

Apenados do regime aberto e semiaberto da Penitenciária de Segurança Média de Mangabeira Juiz Hitler Cantalice estão desenvolvendo trabalhos de jardinagem e pequenos reparos para manutenção da Escola Estadual Professora Débora Duarte, localizada no bairro Funcionários. A ação faz parte do projeto ‘Construindo a Liberdade’, da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária, que conta com a parceria da Secretaria de Estado da Educação. O objetivo é a ressocialização dos reeducandos. Para isso, a comunidade escolar, considerada um dos maiores símbolos de mudança de mentalidade, é incentivada a interagir com esses homens que buscam o retorno ao convívio social.

O secretário da Administração Penitenciária, Wallber Virgolino, ressaltou o perfil inovador da iniciativa, pois proporciona o exercício da cidadania por meio da prestação de serviços em uma escola. “Desta forma, o Estado proporciona a ressocialização por meio do trabalho, fazendo com que estes reclusos se sintam valorizados e tomem gosto pelo trabalho para voltar ao convívio social com outras perspectivas de vida”, disse.

Para participarem do programa, os reeducandos têm o perfil avaliado. Cada dia de trabalho equivale a redução de um dia de pena. A meta agora é expandir o projeto ‘Construindo a Liberdade’ para todas as escolas estaduais da Paraíba.

O diretor da Escola Estadual Professora Débora Duarte, Edmilson Alexandre Cardoso, ressaltou que uniu a necessidade de manutenção do estabelecimento com a importância de incentivar a reflexão dos alunos sobre a inclusão social. “Por um lado, nós fizemos a solicitação porque nossa escola estava precisando de limpeza e vamos receber eventos importantes como os jogos escolares Ceesul, que reúne outros 16 estabelecimentos de ensino”, observou. “Antes de recebermos o projeto ‘Construindo Liberdade’, trabalhamos com os alunos a importância do respeito e da oportunidade da ressocialização. A reação deles foi de muita solidariedade. Os estudantes conversaram normalmente (com os reeducandos) e chegaram a oferecer água, café e até a própria merenda”, relatou.

Na opinião do estudante Whesley Johnnatan, de 17 anos de idade, o projeto traz benefícios mútuos. “Acredito que deve ser chato para eles ficarem com a mente vazia. E esse projeto é uma forma deles trabalharem e ao mesmo tempo nos beneficiarem. Acho justo e bom porque muita gente só pensa por aí que são monstros, mas eles podem voltar ao convívio com a sociedade”, destacou.

Oportunidade – Marcos Antônio da Silva Silvestre tem 39 anos de idade e foi condenado a 50 anos de reclusão, dos quais já cumpriu dez. Atualmente, em regime semiaberto, ele participa do projeto ‘Construindo a Liberdade’. “Agradeço a Deus por poder trabalhar nessas escolas e ajudar a criançada, voltando a ter contato com a sociedade. Com isso podemos mostrar que, apesar de sermos presos, as pessoas não precisam ficar assustadas. Estamos pagando por aquilo que cometemos e que não queremos mais cometer”, garantiu.

Josenildo Santos de Mendonça, 30, foi condenado a uma pena de quatro anos de reclusão e já está em regime aberto, dormindo apenas aos sábados e domingos na penitenciária. Ele destacou a forma acolhedora como foi recebido pelos estudantes. “Desde a primeira vez que vim aqui já fui muito bem tratado e recebido. Deram muita atenção a mim. Dividiram o lanche comigo, um me deu guaraná e outro bolo”, contou.

 

 

Secom

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