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Análise: o devaneio de Cartaxo ao impor que aliados se filiem ao PV em troca do seu apoio

O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), implementou uma estratégia ousada e perigosa para atrair aliados. Bem ao estilo dos governantes déspotas, daqueles que seguem a linha de raciocínio arbitrária de seres como Luís XIV, também conhecido como Rei-Sol, que em seu reinado na França afirmou ser ele próprio o Estado, o alcaide da Capital busca plagiar a “ideia” do francês histórico.

Mas Cartaxo não dispõe de uma corte robusta, súditos fieis e um Palácio de Versalhes para chamar de seu. É bem certo que o prefeito, vivendo seus “Últimos Dias de Pompeia”, tenha em sua mente o pavor de ser tragado pela lava incandescente a ser expelida pelo “Monte Vesúvio” nas eleições de 2020.

Luciano Cartaxo apostou alto. Se o plano der certo, dará sobrevida política. Em caso de revés, virará apenas um molde de cinzas, como os habitantes da antiga cidade italiana. O prefeito entende o perigo, mas foi forçado a tomar tal atitude.

Agora, analisando os riscos muito próximos do ritual japonês de suicídio conhecido como haraquiri, Luciano Cartaxo tem como opções “caseiras” e filiadas ao PV os secretários Diego Tavares, Zennedy Bezerra, Socorro Gadelha e Adalbeto Fulgêncio.

Mas é bom que se diga. Eles não têm densidade eleitoral e é incerto Cartaxo transferir votos suficientes para eleger um deles a prefeito. Noutro cenário, há o deputado federal Ruy Carneiro (PSDB) que, embora tenha bom relacionamento com o Verde, tem luz própria e inegável força política.

Faz-se quase impossível que Ruy saia das hostes tucanas, partido gigante que lhe confere ampla estrutura para a disputa das eleições de João Pessoa. Outro ponto: Ruy Carneiro não assumirá o papel de coadjuvante de Cartaxo. O tucano é general, não soldado.

Agora outro nome da lista. O ex-deputado federal e vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Júnior, que rompeu com Cartaxo em 2018 e retornou a uma relação quase protocolar com o prefeito da Capital.

Homem experiente e político habilidoso, Manoel Júnior esteve presente na convenção do MDB realizada em abril. Lá, cogitou a possibilidade de o seu partido aliar-se ao senador José Maranhão para disputar as eleições de 2020. Além do mais, o vice-prefeito vem tecendo críticas públicas pela demora de Cartaxo anunciar quem terá seu apoio.

Ainda na lista, embora correndo por fora, encontra-se o vereador licenciado Durval Ferreira (PP) e seu colega de Casa, Milanez Neto (PTB). O primeiro, parlamentar decano, mas sem grande carisma. O segundo, inexperiente e jovem. E o povo está cansado de aventuras.

Com reais chances

E na linha sucessória, observo que o único para movimentar a postulação de forma efetiva e com a musculatura de liderança política em João Pessoa está centrada na pessoa do deputado estadual Eduardo Carneiro (PRTB). Único bastião de força de Cartaxo, é ele a principal peça forte no xadrez político intricado pelo gestor.

Vale a pena apostar em Carneiro.

O resto é sonho de Cartaxo e seu Estado de “Rei-Sol”.

Eliabe Castor
PB Agora

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