A partir de um decreto atípico baixado pelo arcebispo metropolitano da Paraíba, Dom Delson, a Igreja Católica no nosso Estado procedeu como quem lança um mea-culpa; uma confissão da prática de abusos sexuais por seus padres. Pior: passou um atestado público de que os seus sacerdotes são uma verdadeira ameaça não só aos jovens, mas também aos adultos vulneráveis.
O documento exagera: não separa o joio do trigo, coloca tudo o que é padre no balaio da safadeza, quando proíbe que eles (e não apenas alguns ou, pelo menos, só os suspeitos ou já acusados) estejam em companhia de menores e de adultos vulneráveis desacompanhados dos pais ou responsáveis, na casa paroquial, no carro ou em outros ambientes reservados.
Neste ponto, o decreto é injusto, porque arrola indistintamente todos no “índex” daqueles padrecos safados que alisam o bumbum ou agasalham o pinto dos meninos.
E os outros?!
Com que cara ficam aqueles bons sacerdotes, postos na vala comum da sodomia?! Não é justo que estes, merecedores de toda a nossa confiança paguem o mesmo preço pelos colegas depravados e irresponsáveis e, até então, acobertados pela própria igreja.
Acobertados, sim! Por exemplo: no primeiro momento o arcebispo em vez de chamar o feito a ordem dentro da sua igreja, tratou queixar-se do Ministério Público do Trabalho, autor de uma ação que resultou numa indenização de R$ 12 milhões aplicada à Igreja pelas práticas asquerosa dos padres. Foi preciso o Papa Francisco chama-lo ao Vaticano para recomendar-lhe rigor contra essa safadeza.
Se de fato, porém, há razões para tão radical decreto, a Igreja estará admitindo que seus padres são inapropriados para o convívio reservado com pessoas vulneráveis e jovens adolescentes (históricos frequentadores de igrejas, grupos de orações, casas paroquiais), e que os bons pastores passaram a ser raras exceções.
O decreto também põe por terra o recorrente argumento de que os casos de abusos sexuais cometidos por padres são episódios isolados. E porque a nova ordem é tão abrangente?!
Pelo contrário: nos termos em que foi editado, o decreto deixa transparecer que estas práticas abusivas já estão, digamos, quase generalizada dentro da Igreja Católica.
Arremate
Em tempo: depois de um decreto deste, será que os pais vão continuar tranquilos ou permitirão que seus filhos continuem frequentando casas paroquiais, sacristias e ambientes isolados na companhia de padres?..
Wellington Farias
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