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Agosto Laranja: ALPB debate diagnóstico e tratamento da esclerose múltipla

Foto: Nyll Pereira

A Assembleia Legislativa da Paraíba realizou, nesta quinta-feira (1º), sessão especial com o intuito de debater a respeito da esclerose múltipla, em alusão à Campanha Agosto Laranja. A sessão foi proposta pelo deputado Tovar Correia Lima e contou com a presença da deputada Polyanna Dutra e dos deputados Anderson monteiro, Cabo Gilberto, Raniery Paulino, Taciano Diniz, Trócolli Júnior e Wallber Virgolino.

A esclerose múltipla é uma doença autoimune e que não tem cura, no entanto, os tratamentos podem ajudar a controlar os sintomas e reduzir a sua progressão. Para o deputado Tovar, é extremamente relevante que a Assembleia promova debates em busca de ações que possam contribuir com o diagnóstico e a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. “Precisamos ouvir os médicos e os especialistas para que possamos avançar na área. A Assembleia nunca se furtou de nenhum grande debate. Todos os debates que tenham importância para os paraibanos, a Assembleia traz para si a responsabilidade”, explicou Tovar. Autor da lei (10.843/2016) que estabelece o dia 1º de agosto como o Dia Estadual de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla, Tovar acrescentou ainda que pelo fato desta patologia ser considerada rara no Brasil o valor do tratamento é muito elevado, por isso, a Frente Parlamentar de Doenças Raras busca, através do poder público, criar alternativas para ajudar aqueles que portam a esclerose. “A Frente Parlamentar é justamente para que possamos criar uma ponte e fazermos com que as pessoas  mais humildes consigam chegar ao diagnóstico e à solução final, que é o medicamento. É justamente essa ponte que nós estamos criando com a esperança de que ela seja muito sólida e permaneça no futuro da Assembleia Legislativa ajudando os que mais precisam”, declarou deputado.

Foto: Nyll Pereira/ALPB

O deputado Raniery Paulino ressaltou que a Assembleia tem, acima de tudo, o objetivo de fortalecer as políticas publicas para garantir o direito dessas pessoas. “A maior dificuldade é no diagnóstico e no tratamento. Então, a sessão tem como proposta buscar essa interação da Casa com a sociedade e com esses que sofrem com algum tipo de transtorno na Saúde. Se nós elegermos o cuidar das pessoas como prioridade, será uma grande missão”, afirmou o deputado.

A neurologista Bianca Oliveira, coordenadora do Centro de Referência de Esclerose Múltipla do Estado da Paraíba, explicou que o fato dos sinais e sintomas da esclerose serem semelhantes ao de outras patologias neurológicas e autoimunes dificulta o acesso ao diagnóstico. Nesse sentido, a médica explicou que o Centro tem buscado realizar parcerias para obter os equipamentos necessários para a realização de exames que possam diagnosticar os portadores da patologia com mais agilidade. “Para fazer o diagnóstico definitivo da doença nós precisamos de exames complementares, como a ressonância por exemplo, e são exames de alto custos, são exames de difícil análise. Nós estamos fazendo um projeto em busca de doações, com parcerias com a indústria farmacêutica e com a universidade Federal da Paraíba em busca da aparelhagem para a análise específica da esclerose múltipla”, destacou. Ainda de acordo com a especialista Bianca Oliveira, o Centro de Referência de Esclerose Múltipla, que funciona na Fundação Centro Integrado de Apoio à Pessoa com Deficiência (Funad), atende gratuitamente aos portadores da patologia fornecendo os tratamentos fisioterapêutico e medicamentoso. “Fazemos um atendimento multidisciplinar. Temos fisioterapeuta, psicólogo, assistentes de enfermagem, assistentes farmacêuticos e neurologista, além da estrutura de reabilitação que a Funad oferece”, afirmou a médica.

A presidente da Associação Paraibana de Esclerose Múltipla (Apbem), Lamara Lucena, que é portadora da patologia, relatou as dificuldades dela e de outros pacientes para ter acesso ao diagnóstico. Segundo Lamara, no seu caso especificamente, o diagnóstico de esclerose múltipla levou 15 anos para ser fechado. “Há uma dificuldade nesse sentido. Muitas pessoas, assim como eu, tiveram e têm dificuldades em ter o diagnóstico correto, além disso, precisamos do tratamento. É uma patologia desafiante, que agride o sistema neurológico com lesões que podem afetar qualquer parte do corpo como a visão, a fala, a locomoção. Temos que fazer um tratamento adequado antes que as lesões cheguem”, argumentou Lamara.

O presidente da Comissão de Direitos à Saúde da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Paraíba (OAB-PB), Raphael Viana, parabenizou a Assembleia pela abordagem do tema e esclareceu que as pessoas acometidas da esclerose múltipla possuem direitos e é preciso que os órgãos públicos adotem medidas que possam trazer melhorias às vidas dessas pessoas. “Parabenizo a iniciativa da Casa em abrir espaço para discutir sobre essa doença. A OAB-PB está sempre preocupada com a Saúde do estado e por isso é interessante a participação no debate para buscar soluções que possam contribuir. Indicamos que os portadores busquem um advogado de confiança para que tenham acesso aos seus direitos”, disse.

Esclerose múltipla

A esclerose múltipla é uma doença em que as células de defesa do organismo atacam o sistema nervoso causando fadiga, a perda do equilíbrio, a redução da capacidade de visão, entre outros problemas.

Na Paraíba, estima-se que mais de 328 pessoas sejam portadoras da esclerose múltipla. Entre os anos de 2011 e 2016, 20 pessoas vieram a falecer, segundo dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM).

 

Assessoria

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