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Achados arqueológicos podem mudar parte da história da PB

Escavações. Pesquisa e achados. Uma busca na história e no tempo. Informações preciosas que podem ajudar a compreender um pouco da existência humana através dos vestígios deixados ao longo dos tempos. Desvendar o nosso passado. Como viviam os povos antigos que desbravaram o território paraibano. Trata-se de mais uma descoberta arqueológica na Paraíba.

O sítio arqueológico de arte rupestre foi encontrado no Sítio Tanques, localizado na zona rural de Frei Martinho, Seridó do estado

 

O paleontólogo e arqueólogo Juvandi de Souza, que está à frente das pesquisas, declarou que, para a arqueologia, o encontro desse novo sítio arqueológico mostra a intensa ocupação do que hoje é a Paraíba no passado.

 

O PB Agora conversou por telefone com o professor Juvandi que deu detalhes do achado arqueológico. Segundo ele, o no sítio reúne gravuras de 5 mil anos atrás.

Ele acredita que as gravuras são de povos coletores, caçadores e pescadores da pré-história. Nas imagens, os pesquisadores usaram giz para realçar o local onde estão os achados arqueológicos.

O achado é resultado do trabalho da equipe do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia (Labap) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). A próxima etapa é o registro junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e o sítio será aberto para visitação turística.

 

O professor Jurandir disse que as últimas peças do sítio foram achadas recentemente. A equipe comandada pelo arqueólogo já trabalha nesta área no município de Frei Martinho há dois anos.

 

“São achados importantes que podem ajudar a desvendar um pouco da história dos povos antigos na Paraíba. Mais uma importante fonte de pesquisa sobre a pré-história do estado”, disse.” disse.

Segundo o professor Juvandir, existem atualmente mais de 2 mil sítios arqueológicos na Paraíba, sendo que destes, 600 foram descobertos e se encontram em fase de estudo. Para o arqueólogo, trata-se de mais uma importante fonte de pesquisa sobre a pré-história da Paraíba.

Devido a importância histórica, o arqueólogo pediu a população para não depredar esses locais, visto que os sítios arqueológicos contam a história do Brasil, que ainda não consta nos livros de história. Isso porque em alguns locais, vândalos depredaram a área.

Em alguns deles, encontramos pichações”, acrescentou o arqueólogo e paleontólogo.

 

O paleontólogo e arqueólogo Juvandi de Souza, destacou a importância histórica de alguns sítios encontrados por sua equipe recentemente no Sertão da Paraíba. Segundo ele, o material arqueológico pode mudar a história do Estado, pois revela que os povos “Tupis” também habitavam na região do Sertão, e não apenas no Litoral como contam os livros de história.

 

Foram descobertas panelas, grandes panelas de barro, e urnas funerárias que revelam a forma como os tupis sepultavam seus mortos, eles aproveitavam os recipientes velhos que eram usados para cozinhar, guardar água ou comida.

 

“O enterro se dava de duas maneiras: primeiro, ele era colocado no solo. Depois de algum tempo, um ou dois anos, o corpo era exumado, descarnado caso ainda houvesse restos de pele ou cabelos, e os ossos eram depositados nas urnas e enterrados. Às vezes, quando era um indivíduo grande, os ossos eram até quebrados, para que coubessem”, descreveu Juvandi.

 

A equipe do professor Juvandi catalogou resquícios de ocupação de índios tupis em pelo menos 16 localidades do Brejo, Agreste e Sertão paraibanos, regiões historicamente conhecidas por terem sido ocupadas por índios de outra etnia, os tapuias.

 

O material descoberto até agora é tratado e guardado no Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da UEPB.

 

“É um material que está sendo higienizado, analisado e colado. Tão logo a prefeitura, com a comunidade, crie um espaço para a gente instalar lá um pequeno museu, todo esse material volta para Serra Grande para ser contemplado pela população local. É um material que não pertence a nós, e sim ao povo de Serra Grande”, afirmou.

Uma das descobertas mais recentes foi registrada no sítio Moconha, em Serra Grande, a 457 km de João Pessoa. Segundo o coordenador da pesquisa, o local é tido como um aldeamento e cemitério tupi.

“O que tem chamado a atenção é a grande quantidade de material, a qualidade, inclusive com a presença de ossos humanos, possibilitando a datação com carbono 14 para saber quando os tupis estiveram na região e entender como a Paraíba foi povoada”, explicou Juvandi.

 

Em uma das escavações, a equipe descobriu um traçado de “caruá” uma espécie de tapete onde os povos antigos que habitavam o Cariri paraibano enrolavam os mortos para o devido sepultamento.

 

Um dos sítios arqueológicos mais famosos da Paraíba fica localizado na cidade de Ingá.

Os mistérios que rondam as enigmáticas pedras do Ingá, também conhecidas como Itacoatiara, também foram estudados pela equipe do arqueólogo e historiador Juvandir.

Nas Itacoatiaras o visitante se depara com mistérios gravados na rocha há milhares de anos. Trata-se de um dos cinco maiores sítios arqueológicos do Brasil,

 

O sítio arqueológico fica a 96 km da capital e a 38 km de Campina Grande, e possui inscrições rupestres entalhadas há milhares de anos, o que atrai turistas do Brasil e do exterior em busca de respostas para dúvidas levantadas por cientistas, ufólogos, astrônomos e pessoas comuns.

 

Desvendar os mistérios das Itacoatiaras é um desafio para os cientistas e arqueólogos. O arqueólogo Juvandir de Souza, enfatizou que Pedra do Ingá foi gravada ao longo de séculos e por incontáveis indivíduos diferentes.

Entre o obscurantismo do passado e os estudos do presente, os pesquisadores buscam informações preciosas para desvendar parte de uma  história perdida no tempo.

 

Severino Lopes

PB Agora

 

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