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A tristeza do Folia e outros paradoxos

Nunca ouvi falar. Foi o que disse a cantora baiana Margareth Menezes quando questionada sobre o Folia de Rua recentemente, conforme atestou tristemente o artista Clóvis Júnior, hoje presidente da Associação que coordena o evento em JP.

Ora, como nunca ouviu falar? Ta certo que esse povo baiano tem um espelho em cada pálpebra e só sabe olhar para as próprias coisas. Mas daí a não conhecer o que nós consideramos a maior prévia carnavalesca do Brasil está fora da ignorância arrogante.

É falta de divulgação mesmo. Até porque Margareth Menezes é um mulher de 47 anos ligada à música e, especialmente, aos eventos carnavalescos há décadas. Já tocou com Dominguinhos e tudo mais.

Conhece de Carnaval, de eventos musicais. Tenho certeza de que conhece o Maior São João do Mundo em Campina Grande. Deveria sim conhecer o Folia de Rua, uma das mais genuínas manifestações de rua de João Pessoa.

Mas, lamentavelmente, não conhece. E, lamentavelmente, não deve ser a única a não conhecer. Simplesmente porque o Folia de Rua deixou há muito tempo de ser tratado como uma mina de ouro turística (talvez nunca tenha sido tratado) para os poderes públicas e empresas privadas de João Pessoa e da Paraíba.

O Folia de Rua não passa da Operação Manzuá. Não cruza divisas. Ninguém que se hospede num hotel no Rio de Janeiro em janeiro vê um folder sequer sobre o Folia de Rua. Nem as propagandas de turismo sobre a Paraíba dão destaque específico ao Folia. Meu Deus, por que?

E o pior é que há algum tempo tem deixado de ser um produto vendido até mesmo dentro do Estado. Uma tristeza mesmo em se tratando de Folia vê um evento como esse, que poderia ser a marca que João Pessoa não tem, minguar dessa forma.

O governo do Estado ajuda. Mas não ajuda como deveria para um evento desse porte. A prefeitura esqueceu ou desinteressou-se, a verdade é essa, pelo Folia. Há anos tem dedicado esforços para o Réveillon na orla, deixando a magia do pré-carnaval morrer lentamente.

Setenta mil reais para um evento como o Folia de Rua é, com perdão da coincidência, brincadeira.

Para fenecer por completo, basta a capital do Rio Grande Norte, por exemplo, dá na telha de fazer um pré-carnaval. Aí é tchau. Vamos ver nossas virgens de Tambaú desfilando na Via Costeira e nossas muriçocas voando em Ponta Negra.

Assim como Margareth Menezes, eu também nunca ouvi falar…

Nunca ouvi falar que se deve deixar um evento que gera emprego e renda morrer de fome, nunca ouvi falar que turismo de eventos não dão retorno, nunca ouvi falar que poder público não tem nada a ver com festa, nunca ouvir falar…

 

 

Rômulo negou pedido a Aécio e Cássio

 

 

Candidato avulso à primeira-secretaria da Câmara, o deputado Rômulo Gouveia não perdeu apenas o cargo na disputa da última segunda. Perdeu a oportunidade de atender ao pedido de muita gente grande do PSDB para que retirasse a candidatura.

Entre eles, o governador de Minas, Aécio Neves. E ainda o governador Cássio e o senador Cícero. Todos, em nome do partido, pedindo pelo candidato oficial, o mineiro Rafael Guerra, fizeram apelos por telefone para o inabalável Rômulo.

Agenda
O governador Cássio Cunha Lima recebe neste sexta-feira a governador do Rio Grande do Sul, Yeda Crusis.

Agenda II
Já o prefeito Ricardo Coutinho (PSB), obcecado com o projeto de 2010, mantém agenda cheia de compromissos políticos. No gabinete, divide os despachos administrativos com audiências políticas todos os dias.
 


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