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A obsessão de Roberto Cavalcanti

 

O empresário Roberto Cavalcanti Ribeiro, dono do Sistema Correio de Comunicação, considera-se um homem de sorte. Além do inquestionável talento empresarial, o suplente de senador toca um grupo econômico, que cresceu bastante nas últimas décadas, tirando proveito de sua capacidade de explorar, até a última gota, os benefícios de sua condição de magnata da comunicação. Para isso, não tem limites: atropela a lei, solapeia a ética, usa de desdém com os padrões mínimos de escrúpulos.

A recente denúncia do PB Agora, dando conta de que ele está se beneficiando da “vista grossa” do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, em relação a um grave processo de desvio de recursos públicos no âmbito da Sudene, é apenas mais um na sua coleção incontável de armações de bastidores. Educado, elegante – um cavalheiro no sentido estrito do termo -, Roberto Cavalcanti é hábil no uso de seus veículos de comunicação, em favor de seus interesses pessoais.

Não é à toa que, vez por outra, utiliza as colunas sociais de seus meios de comunicação para prestigiar com espaços generosos integrantes da Justiça, do Ministério Público ou de setores da administração pública em que ele tem interesse. Isso não é de hoje. Nos autos do processo do famoso “Escândalo da Fazenda” – no qual é acusado de corrupção ativa e formação de quadrilha – Cavalcanti já operava desta forma com o diretor da Receita Federal e outros funcionários menos graduados.

Não são poucas as histórias, comprovadas, de chantagem, ameaças e pressão de todo o tipo contra políticos, empresários ou quem quer que se levante contra os seus projetos político-pessoais ou de suas empresas. A ensandecida campanha que vem fazendo, há seis anos, contra o governador Cássio Cunha Lima e sua administração se enquadra dentro desse perfil.

Quem não sabe que, ao mesmo tempo, essa desvairada e sistemática guerra contra o poder político de Cássio Cunha Lima passa também pelo seu desejo-necessidade de assumir um mandato de senador.

O melhor dos mundos para ele: Cássio defenestrado do Palácio da Redenção, José Maranhão assumindo o comando administrativo do Estado e ele ocupando, como titular, a vaga no Senado Federal. Forte, politicamente, Cavalcanti ganharia ainda a sonhada imunidade – um prêmio para uma carreira de relativo sucesso empresarial firmada, como diria o senador Arthur Virgílio, por “um passeio pelo Código Penal”.
 


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