Um quarto bebê não resistiu às queimaduras e faleceu nesta terça-feira após um incêndio na sala de terapia intensiva para recém-nascidos do Hospital Giulesti, em Bucareste, capital da Romênia. O incêndio deixou outros três bebês mortos e sete feridos, no que o ministro de Saúde chamou de "uma das piores tragédias" do sistema de saúde da Romênia.
As autoridades lançaram uma investigação para determinar a causa do incêndio que afetou a maternidade na noite desta segunda-feira. Segundo o vice-ministro de Saúde, Raed Arafat, uma falha elétrica no sistema de ar condicionado teria causado uma explosão e o posterior incêndio na sala.
O acidente, que também deixou duas mulheres grávidas feridas, aconteceu em uma das clínicas públicas de maior prestígio da capital romena. As instalações foram modernizadas recentemente. O acidente provocou indignação pública e lançou novo debate sobre o sistema de saúde romeno.
O ministro de Saúde Attila Cseke disse que 53 bebês e 61 mulheres, algumas delas em trabalho de parto, foram retiradas do hospital. O local ficará fechado até o fim da investigação.
Arafat disse que as autoridades vão confirmar a identidade dos bebês em exames de DNA, já que as pulseiras de identificação derreteram com as chamas.
Milhares de médicos deixaram a Romênia nos últimos anos em busca de remunerações melhores em outros países. Os hospitais têm equipes pequenas e não podem contratar já que o governo enfrenta momento ruim da economia e tenta manter controle sobre o deficit orçamentário.
Relatos de pacientes que tiveram que pagar pelo material utilizado, como remédios e seringas, são comuns na imprensa romena. Até mesmo médicos confessam não ter material para cirurgia e não poder realizar operações sem que os próprios pacientes adquiram.
Gabriel Patrascu, pai que visitava sua mulher no hospital, disse ao canal Antena 3 que não havia ninguém da equipe médica na unidade de tratamento intensivo quando o incêndio começou. O gerente da maternidade Bogdan Marinescu não soube confirmar o relato.
Folha online