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“Pin-up de Putin”, 24 anos, rouba a cena política na Rússia e quer ser presidente

Pin-up, garota-propaganda, líder de torcida, garota do pôster, não importa como a chamem, ela quer mesmo é ser presidente da Rússia. Aos 24 anos, Maria Sergeyeva se destaca como o principal rosto do governo do país, ganhando atenção da imprensa ocidental e da população russa com suas feições delicadas em contraposição à imagem já um tanto desgastada do primeiro-ministro e verdadeiro líder do país, Vladimir Putin.

Autora de um dos blogs russos mais populares, esta estudante de filosofia é o símbolo do patriotismo do movimento da juventude do país. Desde o início deste ano, ganhou destaque por sua participação em manifestações a favor do Kremlin, e já teve o nome cogitado até para assumir um ministério no governo de Dimitri Medvedev.

Seu discurso é nacionalista, por vezes xenófobo, sempre radical. Ataca os Estados Unidos, o Ocidente, os imigrantes e especialmente a oposição, a quem chama de traidores. Em manifestação recente, ela disse ter "certeza" de que Putin e Medvedev a protegeriam dos efeitos da crise econômica global. "Juntos, venceremos", disse, conta o diário britânico "The Times".

Depois de cair na internet, o discurso se tornou tão popular que derrubou o servidor onde o blog estava hospedado. Foram mais de 140 mil acessos em pouco tempo. "Fiquei surpresa com a reação", contou ao "Times", em Moscou, no início do mês.

"As pessoas estão com medo da crise, e eu toquei neste importante ponto. Minha mensagem foi simples? estamos nas mãos certas e vamos sair da crise mais fortes, se nos mantivermos positivos", disse.

Ela rejeita qualquer acusação de que o governo russo seja autoritário, e ataca o ocidente, e especialmente os Estados Unidos, que diz planejar enfraquecer a Rússia.
 

 

Jovem Rússia

Sergeyeva faz parte da Jovem Guarda da Rússia, movimento composto por jovens que fazem campanha a favor do governo, e que foi um dos principais responsáveis pela fama dela. Segundo o jornal “Daily Mail”, o grupo é financiado pelo governo e usa o patriotismo para fisgar adeptos, que acabam conquistando vantagens profissionais, crescendo com maior facilidade.

"Fui criada para ser patriota desde o primeiro dia. Meu amor pela Rússia veio com o leite da minha mãe. Adorava ouvir os contos heróicos dos meus avós sobre a guerra. Putin nos trouxe estabilidade e crescimento econômico. É bom que ele seja linha dura. É disso que a Rússia precisa", disse Sergeyeva em entrevista recente.

Seu discurso comprova este nacionalismo. Uma das principais campanhas recentes que iniciou vai contra imigrantes e a produção industrial de outros países. Sergeyeva diz que usa apenas roupas produzidas na Rússia e prega que a população do país priorize o uso de carros feitos lá.

“Os imigrantes deveriam trabalhar em funções que os russos não querem assumir”, disse, segundo o “Mail”, “eles roubam nosso trabalho”.

Ela se tornou uma referência no próprio país, e é procurada por veículos de comunicação para comentar a política nacional. Em entrevista recente ao site Moscow News, ela tratou da questão ambiental na Rússia, protestando contra um centro de incineração de lixo e a favor da reciclagem.

Imagem usada

Para os críticos, Sergeyeva está sendo usada pelo governo por sua imagem, tentando atrair os jovens para a política e para o partido de Putin. Para isso, usam a história recente. Até bem pouco tempo atrás, conta o jornal inglês "Daily Mail", ela era uma orgulhosa crítica do atual premiê, ativista do Partido Democrático, grupo que quer a entrada da Rússia na União Europeia. Ela já se destacava em discursos inflamados, chamando membros do governo de robôs e androides.

A conversão, segundo o jornal, foi repentina, o que leva os ex-companheiros da oposição a acreditarem que ela pode ter sido contratada pelo governo, por conta do seu potencial, ou que, antes, estivesse infiltrada entre os opositores.

Sergeyeva nega. Ela diz viver e respirar a política de Putin atualmente, segundo o “Mail”, e atua no treinamento de blogueiros “do Estado”, a favor do governo, que fazem propaganda e atacam oposicionistas.

 

Futuro

“Eu quero ser presidente um dia, ou pelo menos primeira-ministra”, disse a jovem, alegando que a política é sua prioridade, e que tem o olho no futuro do país. “Não acho que a Rússia esteja pronta para ter uma mulher presidente. Por outro lado, daqui a 20 anos, quando tiver 44, isso pode mudar e pode ser a hora certa para minha presidência”, disse.

Sua inspiração vem do próprio premiê e até de líderes do Ocidente. Srgeyeva diz adorar os britânicos Margareth Thatcher e Winston Churchill, que diz terem sido grandes líderes.

 

G1

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