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Papa celebra missa de despedida nos EUA para milhares de fiéis

 O Papa Francisco se despediu neste domingo (27) da Filadélfia com a celebração de uma missa multitudinária para encerrar sua visita aos Estados Unidos, após cinco dias de visita no país. Ele volta ao Vaticano na noite deste domingo.

O sumo pontífice percorreu as ruas da cidade a bordo do papamóvel em meio a uma grande ovação de dezenas de milhares de pessoas, até chegar ao palco gigante montado na avenida Benjamin Franklin Parkway.

Acompanhado de bispos americanos, o Papa, de 78 anos, celebrou or volta das 17h (de Brasília) os primeiros ritos da cerimônia que encerra o VIII Encontro Mundial das Famílias, em uma tarde nublada e fresca.

"Queremos viver todo o clima com a multidão, com toda esta gente que está aqui pela mesma razão", disse à agência France Presse Rwan Oneill, um americano de 27 anos, acompanhado de uma amiga.
"Nunca vi tanto entusiasmo. Todo mundo está unido", disse o guatemalteco Manuel Portillo, de 54 anos, que mora há 22 na Filadélfia.
Para Nicole, de 31 anos, disse "apreciar que Francisco tenha o espírito mais aberto que seus antecessores", embora não se declare católica.

Segundo a Efe, durante a missa Francisco fez uma advertência sobre o "desafio urgente" que representa a proteção do meio ambiente.
"O desafio urgente de proteger nossa casa inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca do desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar", declarou Francisco.

A ocasião desta vez foi a missa com a qual se encerraram os atos do VIII Encontro Mundial das Famílias, um evento cujo objetivo é que "as famílias se encontrem como igreja doméstica e santuário da vida para orar, dialogar e aprofundar-se em temas de atualidade".
Foi sua primeira participação neste tipo de evento, instituído pelo Papa João Paulo II, e a ocasião em torno da qual, segundo informou o Vaticano em repetidas ocasiões, se organizou a viagem do Papa Francisco aos Estados Unidos.

A missa fecha uma visita pontifical histórica de seis dias, que começou em Washington e passou por Nova York antes de terminar na Filadélfia. Esta décima viagem do primeiro apa das Américas começou em Cuba, onde pediu que o país continue no caminho da reconciliação.
Encontro com vítimas de abuso sexual
Antes da missa, pela manhã, Francisco reuniu-se com vítimas de padres pedófilos, além de educadores e membros das suas famílias, e declarou que "Deus chora" por esses crimes.

"Deus chora. Os crimes contra menores não podem ser mantidos em segredo por mais tempo", afirmou Francisco, em reunião com bispos norte-americanos pela manhã, quando falou sobre o encontro com vítimas de pedofilia da Igreja.
"Eu me comprometo com a zelosa vigilância da Igreja para proteger os menores e prometo que os responsáveis vão responder por seus atos", declarou o Papa.

Francisco recebeu durante meia hora em um seminário três mulheres e dois homens, "vítimas de abusos sexuais cometidos por membros do clero, educadores e membros de suas famílias", informou em um comunicado do Vaticano.

A Filadélfia, cidade da costa oeste americana a meio caminho entre Washington e Nova York, foi uma das regiões mais atingidas nos Estados Unidos por este escândalo na década de 1980. Francisco já havia tratado o caso em várias ocasiões durante esta viagem, mas sempre de forma discreta.

Para a ala mais dura dos afetados, a rede de sobreviventes dos abusados por sacerdotes (Snap, na sigla em inglês), a reunião foi "uma simples operação de relações públicas", segundo um comunicado.

Visita a prisão
Após o encontro com as vítimas e sua apresentação diante dos bispos, o Papa fez uma atividade que costuma integrar suas viagens oficiais: visitou a prisão de Curran-Fromhold, nos arredores da Filadélfia.

"Estou aqui como pastor mas sobretudo como irmão para compartilhar de sua situação e fazê-la minha também", disse em discurso antes de cumprimentar com um aperto de mãos cada um dos detentos, sentados em filas numa grande sala.
Francisco chegou a trocar palavras com alguns deles e recebeu de presente uma cadeira fabricada pelos detentos.
Em sua mensagem em espanhol, disse que é "triste constatar que os sistemas prisionais não buscam curar as feridas, sanar as feridas, dar novas oportunidades".

Relação EUA e Cuba
Muito envolvido no restabelecimento do diálogo entre Havana e Washington, Francisco foi recebido muito calorosamente e pessoalmente pelo presidente Barack Obama no aeroporto e na Casa Branca.

Desde sua chegada a Washington, que também incluiu um discurso inédito na quinta-feira ante as duas casas do Congresso, Francisco despertou grande alegria, com multidões que o seguiram para todas as partes.
Tratado como uma estrela do rock, o Papa se manteve firme em seus princípios de humildade e proximidade com os setores mais vulneráveis, despertando a admiração de líderes de todas as classes políticas, da imprensa e até mesmo dos não-católicos.
 

G1

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