O nascimento do Messias foi um feito extraordinário. O historiador Lucas se ocupa nos três primeiros capítulos do seu Evangelho para detalhar esse grande momento (a encarnação do verbo). O Dr. Lucas toma 169 versículos nos três capítulos para nos contar em detalhes, esse acontecimento milenar que continua tão vivo como no momento em que foi vivido, escrito e entregue nas mãos de leitores do primeiro século. Em várias ocasiões, o Messias-Jesus, faz menção da durabilidade do seu projeto entre nós, seu objetivo e sua sequência.
Ele estava a dizer a seus discípulos que esse era um projeto eterno, que transcenderia a existência humana. Os discípulos, nem os apóstolos, não conseguiam captar ou entender completamente a dimensão desse projeto, pois, em suas mentes estava a esperança da restauração do reino davídico (terrenal), que o Messias veria para restabelecê-lo e entregá-lo nas mãos de um líder judeu. No entanto, um projeto que transcendera a existência humana, não estava nos planos, nem na mente dos seguidores do maior Rabino que estava a viver nas terras de Israel.
Muitas vezes, quando Jesus discorria sobre sua missão e como ela terminaria em glória, mesmo ele passando pelo sofrimento e morte terrenal, eles não eram capazes de entender. Obrigado, Dr. Lucas, por ser um historiador tão exímio e preciso nesse assunto tão inflamado e real. Além de ser historiador, Lucas era médico, não foi apóstolo do Senhor Jesus, porém, um dos seus discípulos, creio que a distância, pois para ser um excelente historiador, um deve estar fora da bolha dos acontecimentos, para fazer uma análise com mais precisão.
Não tenho certeza, porém, às vezes tento comparar Lucas com aquele homem anônimo que ele mesmo descreveu em seu tratado. Lucas 9.49-50, disse João: “Mestre, vimos um homem expulsando demônios em teu nome e procuramos impedi-lo, porque ele não era um dos nossos”. “Não o impeçam”, disse Jesus, “pois quem não é contra vocês, é a favor de vocês.”
Depois de tudo consumado e ter ressuscitado, tomou Jesus um período de quarenta dias para estar em comunhão com os seus na terra. De uma só vez apareceu a mais de quinhentos irmãos para transmitir-lhes confiança e esperança quanto a sua ressurreição. I Coríntios 15.6. Seguiu a caminhada, foi até as cercanias da aldeia de Betânia ou cidade, como você queira denominá-la. Essa aldeia foi muito importante na vida e ministério de Jesus, ali ele constituiu uma amizade de alicerces profundos em meio à família de Marta, Maria e Lázaro. O motivo pelo qual dirigiu-se a essa aldeia no seu último dia de peregrinação na terra, depois de uma jornada de trinta e três anos e meio bem sucedidos, não sei, porém, para o Mestre, com certeza, tinha Betânia, um significado especial em sua vida e ministério.
Quem sabe, ao dirigir-se a aquela aldeia, Jesus estava tentando esclarecer seus apóstolos sobre o valor de uma ressurreição que transcendia a de Lázaro, uma ressurreição mental, emocional e motivadora, que moveria cada um dos onze Apóstolos ali presente a uma nova dimensão. Digo onze Apóstolos, pois Judas a essa altura já não se fazia presente no colégio apostólico (cometeu suicídio).
Os Apóstolos ainda se atreveram a lhe fazer uma pergunta ultrapassada ao indagar-lhe: “Depois de ficarmos em Jerusalém e recebermos o Espírito Santo; assunto esse e pessoa que ainda não conhecemos bem, restaurarás o reino a Israel…?” Jesus disse: “Chega! Sobre esse assunto, o Espírito Santo os fará entender. Essa será tarefa específica do Consolador. Tendo dito isso, foi elevado às alturas enquanto eles olhavam, com os olhos cheios de lágrimas e uma nuvem o encobriu da vista deles. As lágrimas caiam dos seus olhos, fixos nos Céus, enquanto ele subia. Atos 1.1-11, (Parafraseado). Ele se foi, o Espírito Santo veio, como vento impetuoso e esclareceu a todos sobre a missão a ser cumprida. E assim, o Santo Espírito, com um grande lenço, enxugou as lágrimas dos olhos de cada um dentro daquela simples casa em Jerusalém, e os encheu com a dinâmica do seu poder para que saíssem por aldeias, vilas, esquinas e valados, levando as boas novas a toda criatura.
Elcio Nunes
Cidadão Brasileiro
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