A Paraíba o tempo todo  |

Obama diz que Al Qaeda ainda é ameaça e pede que Europa não abandone Afeganistão

No mesmo dia em que chegou à Lisboa para a conferência da Otan, o presidente americano Barack Obama publicou um artigo em diversos jornais europeus indicando que os EUA devem continuar ajudando o Afeganistão mesmo após a planejada retirada em 2014, relembrando a Europa de que a Al Qaeda ainda é "a ameaça terrorista número 1" e fazendo um chamado às nações europeias para que não abandonem as operações de guerra.

"Finalmente temos a estratégia e os recursos para combater eficazmente os talebans, treinar mais as forças de segurança afegãs e ajudar a população", escreveu Obama, em um artigo publicado no jornal português "Publico" e no espanhol "El País".

"Na reunião de Lisboa, vamos harmonizar nossa política de forma que possamos iniciar a transição (…) no início do próximo ano e adotar a meta do presidente (afegão Hamid) Karzai de que as forças de segurança afegãs assumam o controle da segurança no Afeganistão no fim de 2014", completou.
 

Apesar da redução de tropas começar em julho do próximo ano, Obama fez questão de explicar que quando "os afegãos assumirem o controle, não ficarão sozinhos".

Os líderes da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) se reúnem a partir desta sexta-feira em Lisboa, para um encontro de cúpula de dois dias no qual pretendem adotar principalmente uma estratégia de saída progressiva do Afeganistão, onde há atualmente 140 mil soldados estrangeiros mobilizados.

Obama e os aliados da Aliança Atlântica devem adotar no sábado um plano de três anos para o início da transferência do controle da segurança aos afegãos a partir de 2011, uma década após o início da guerra contra os talebans, que já matou 2.200 militares estrangeiros.

PROMESSAS

No artigo, Obama cita o processo de transição no Afeganistão e reafirma o chamado aos membros da Otan para que mantenham suas tropas no país até o fim das operações.

"Na cúpula esperamos que nossos aliados e parceiros reafirmem seu compromisso durável para facilitar um processo de transição sustentável no Afeganistão através da Declaração de Cooperação Otan-Afeganistão", explica.

Temendo uma retirada precoce das tropas de países europeus, o presidente americano insiste na necessidade de uma ampla cooperação para que o país asiático "seja mais estável e mais seguro", o que, segundo ele, "é de vital importância para os Estados Unidos e para a segurança europeia, lembrando que a Al Qaeda continua sendo a ameaça terrorista número um da Europa e seus líderes continuam manifestando sua intenção de atacar a Europa e os Estados Unidos".

Obama destaca também que o presidente afegão, Hamid Karzai, "apoia esse compromisso a longo prazo e respaldou publicamente o objetivo que as forças afegãs assumam o comando da segurança no final de 2014.

Obama reitera que tanto EUA como seus aliados "apoiam plenamente um processo de reconciliação que busque a reincorporação à sociedade daqueles membros dos talebans que abandonarem a violência, rompam seus laços com a Al Qaeda e aceitem viver sob as regras da Constituição afegã".

Em Lisboa, o presidente americano também espera que se adote "um novo conceito estratégico da Otan", que identifica "novas ameaças", como o terrorismo, as atividades criminosas no ciberespaço e a proliferação de armas de destruição em massa.

RETIRADA

Os Estados Unidos programam o início da retirada de seu contingente, majoritário entre as tropas internacionais, para julho de 2011, enquanto países como França e Alemanha esperam iniciar a saída o mais rápido possível.

O Afeganistão será o principal tema da reunião de cúpula de sexta-feira e sábado, que também deve aprovar a criação de um sistema de defesa antimísseis na Europa — que a Rússia, inimiga da Otan durante a Guerra Fria, será convidada a integrar.

O projeto, avaliado em 200 milhões de euros, pretende conectar os sistemas antimísseis europeus e americanos no Velho Continente e ampliar sua cobertura, atualmente limitada às tropas militares, ao território e à população civil europeia.
 

 

Folha

    VEJA TAMBÉM

    Comunicar Erros!

    Preencha o formulário para comunicar à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta matéria do PBAgora.

      Utilizamos ferramentas e serviços de terceiros que utilizam cookies. Essas ferramentas nos ajudam a oferecer uma melhor experiência de navegação no site. Ao clicar no botão “PROSSEGUIR”, ou continuar a visualizar nosso site, você concorda com o uso de cookies em nosso site.
      Total
      0
      Compartilhe