Simone de Beauvoir foi, provavelmente, o maior nome relacionado ao feminismo do século XX. Ela partiu do existencialismo que, grosso modo, acredita que nada determina o indivíduo antes de sua existência no mundo. Nem Deus nem qualquer outra autoridade determina a existência humana.
Ela aplicou essa filosofia à condição da mulher. Primeiramente, Beauvoir identificou que as restrições à mulher são meramente culturais. O homem tem historicamente restringido a liberdade de existência da mulher. Não há diferença entre os sexos, mas sim subjugação dos homens sobre as mulheres.
Em segundo lugar, o ser humano se constrói na história. Para Beauvoir, a mulher se torna mulher ao se adequar a uma condição socialmente determinada. A cultura modela a existência da mulher e, sob o domínio dos homens, a coloca em condição de inferioridade.
Em terceiro lugar, Beauvoir defende que o corpo feminino é limitado e controlado culturalmente. São “corpos desfavorecidos” na medida em que são constituídos pela vontade de outros. Por isso, existe uma opressão dos homens sobre as mulheres.
Por fim, para Beauvoir, a mulher foi inferiorizada pelo homem. Ela é o objeto determinado pelos homens como não essencial. Sua liberdade é uma mera concessão do homem, que o faz com má vontade.
O pensamento de Beauvoir é construído como uma oposição irreconciliável entre homens e mulheres. Ela defende que a mulher deve transcender, isto é, buscar sua liberdade e afirmar sua existência em oposição ao homem. É uma guerra cultural!
O coração desse pensamento é a negação de Deus. Para Beauvoir, a ideia de Deus é uma recusa da existência e da liberdade. A liberdade está em se afirmar e criar sentido para a própria existência.
Enquanto as Escrituras Sagradas ensinam que homem e mulher são criados à imagem e semelhança de Deus e têm igual dignidade apesar de suas diferenças, em Beauvoir, não existe reconciliação, mas apenas guerra entre os sexos. Que tipo de liberdade esse feminismo ateu constrói a partir do ódio?