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México retalia EUA por causa de lei “protecionista”

O governo mexicano anunciou que vai aumentar as tarifas para a entrada de 90 produtos americanos no país, em retaliação ao cancelamento de um programa piloto que permitia a caminhoneiros mexicanos transportar bens entre as fronteiras dos dois países. O ministro da Economia mexicano, Gerardo Ruiz Mateos, afirmou que a medida afetaria produtos agrícolas e industriais em cerca de 40 Estados americanos, no valor de US$ 2,4 bilhões.

Segundo o ministro, a suspensão do programa piloto vai contra o Acordo de Livre comércio da América do Norte (Nafta), assinado em 1994, que deveria ter aberto o transporte entre as fronteiras no ano 2000.

Pouco depois do anúncio, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu que seu governo crie um novo programa para permitir a circulação de caminhões mexicanos no país, conforme previsto no Nafta.

O programa piloto foi cancelado na semana passada, depois que o Congresso americano votou a lei do orçamento, que elimina os fundos que financiavam o esquema.

Segundo o ministro mexicano, o cancelamento do programa não só é uma medida equivocada mas também mostra uma tendência ao protecionismo por parte dos Estados Unidos, o que prejudicaria toda a região.

"Através da aplicação dessas medidas de represália tratamos, em primeira instância, de preservar a integridade" do Nafta, acrescentou Ruiz Mateos.

Em uma entrevista coletiva, o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse que "o governo entende as preocupações" do México.

Gibbs afirmou que Obama já pediu ao Departamento de Transporte que colabore com o representante de Comércio Exterior e como Departamento de Estado, junto a líderes do Congresso e deputados mexicanos, para que proponham uma lei para um novo programa para os caminhoneiros.

A proposta deverá levar em conta "as preocupações legítimas do Congresso e nossos compromissos dentro do Nafta", ressaltou Gibbs.

Esta não é a primeira vez que a questão da livre circulação é disputada entre os dois países.

No passado, alguns setores americanos tentaram cancelar o programa, e em 2001, o México entrou com uma queixa diante de um painel internacional, exigindo que os Estados Unidos cumprissem o acordo.

"No entanto, os deputados democratas que votaram pelo cancelamento do programa por causa da preocupação com os padrões de segurança dos caminhões mexicanos disseram que não estão preparados para comprometer a segurança em nome de um acordo de livre comércio", disse o editor da BBC para a América Latina, Emilio San Pedro.

Mais de 80% do comércio entre México e Estados Unidos é feito por via terrestre.

Segundo dados oficiais, até julho do ano passado, 10 empresas americanas, com 55 caminhões, e 27 companhias mexicanas, com uma frota de 107 veículos, participaram do programa piloto.

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